Voto obrigatório aprovado na Câmara pode ser mudado no Senado
Davi Alcolumbre contesta entendimento de que população não está preparada para o voto facultativo
Entrevistado com exclusividade pelo Diário do Amapá na manhã desse sábado,13, o senador Davi Alcolumbre (DEM/AP) afirmou que é “radicalmente contra” o voto obrigatório e condena “com indignação e veemência” a justificativa de alguns parlamentares de que o povo brasileira não está preparado para exercer o voto facultativo: “Isso é uma falácia para tentar justificar a manutenção do voto obrigatório, com o objetivo claro de manter aceso o indefectível sistema de currais eleitorais. O voto obrigatório é uma aberração que em absolutamente nada se identifica com o estado democrático”.
Segundo Alcolumbre, embora não tenha fechado questão sobre o assunto, o partido dele, do qual faz parte o relator da PEC, 20 dos 21 deputados do DEM votaram a favor do voto facultativo. “Apenas um deputado da nossa bancada votou contra, mas infelizmente perdemos a votação, porque foram apena 134 votos a favor do voto facultativo contra 311 votos pela manutenção do voto obrigatório, o que é uma pena, uma perda inestimável para a população, porque menospreza o povo e enfraquece a democracia brasileira”, lamentou.
Apesar da obrigatoriedade do voto, o Brasil registra um elevado índice de abstenção em todas as eleições. A alegada falta de maturidade política do povo brasileiro pelos que defendem a manutenção desse sistema é rechaçada pelo senador amapaense: “Isso é um despautério inadmissível com todos os brasileiros, porque o povo brasileiro tem dado provas insofismáveis da sua capacidade de escolher os seus representantes. O voto obrigatório atende, única e exclusivamente, aos interesses de quem quer manter o poder a qualquer custo”.
Carlos Reategui: Reforma já considera um avanço a votação dessas medidas, a partir da agora teremos oportunidade de aprimorar.
Estranhamente, o líder do PSol na Câmara, deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro, pertencente a um partido que prega a democracia em todos os seus aspectos, sem restrições, defendeu e votou a favor da manutenção do voto obrigatório. No entendimento dele, “é melhor manter o sistema como está, até porque a experiência de outros países que adotam o voto facultativo mostra que há prevalência do poder econômico”.
Antes de seguir ao Senado, entretanto, essas mudanças ainda dependem da aprovação em segundo turno na própria Câmara.
Deixe seu comentário
Publicidade