CLEBER BARBOSA
EDITOR DE TURISMO
Numa quinta-feira, dia 23 de setembro de 2010, Macapá viu um combinado do Hemisfério Sul sagrar-se campeão da primeira batalha de vôlei de praia entre as duas metades do planeta, o Red Bull Latitude Zero. Com equipe formada pelos brasileiros Alison Cerutti, Rhonney Ferramenta e as irmãs Maria Clara e Carolina Solberg, o quarteto superou por 102 a 93 a seleção do Norte, composta pela união dos alemães Julis Brink e Jonas Reckermann com as irmãs austríacas Doris e Stefanie Schwaiger.
Cerca de 4 mil espectadores enfrentaram a máxima temperatura de 36 graus do dia do equinócio da primavera e compareceram ao Marco Zero do Equador para o inédito enduro de vôlei de praia entre alguns dos melhores atletas do mundo. Debaixo de sol forte, que especialmente neste dia percorreu toda a linha imaginária, jogadores do Sul e do Norte defenderam seus territórios e disputaram 195 pontos na rede posicionada exatamente sobre a linha imaginária que divide a Terra. Um único set de 90 minutos corridos foi dividido em três etapas – duplas femininas (25min), duplas masculinas (25min) e quartetos mistos (40min) – sem intervalos.
“Este jogo foi inesquecível. É uma satisfação imensa poder estar aqui para participar deste formato inédito no vôlei de praia e ainda por cima vencer o hemisfério norte e a dupla que me derrotou no mundial do ano passado”, declarou Alison Cerutti.
Tempos – A partida começou com a disputa feminina, às 09h30 da manhã. De um lado, o dueto formado pelas filhas da ex-jogadora Isabel, Maria Clara e Carolina; de outro, as também irmãs Doris e Stefanie Schwaiger, da Áustria. O equilíbrio entre as duplas femininas perdurou durante os 25 minutos da primeira fase e deixou nítido o entrosamento das irmãs cariocas, que colocaram o time Sul em vantagem de 29 a 27 sobre o Norte antes do confronto masculino. Na sequência, foi a vez de Alison e Ferramenta defenderem as latitudes do sul contra os rivais alemães Brink e Reckermann, atuais campeões mundiais. Logo nos três primeiros minutos, a equipe Norte virou o jogo e chegou abrir cinco pontos de vantagem, depois de a sucessão de saques perfeitos de Julius Brink, sendo dois “aces” perfeitos colocados no fundo da quadra sul. Aos poucos, porém, os brasileiros encontraram o entrosamento ideal e equilibraram a partida novamente até a vitória.
Eventos radicais que percorrem o mundo
A marca Red Bull, presente nos grandes esportes e competições pelo mundo, deixou Macapá naquele evento com um gostinho de “quero mais”. A companhia austríaca se diferencia por organizar desafios, provas, recordes em lugares insólitos, diferenciados, tornando suas realizações um sucesso editorial, garantindo generosos espaços na mídia espontânea, em veículos de imprensa de todo o mundo.
Durante a passagem de trupe pelo Amapá, em 2010, nunca se falou tanto a respeito do estado, sua gente, sua capital e as curiosidades a respeito do fenômeno natural do Equinócio. “Foram mais de 30 mil inserções na mídia mundial, alcançando mais de 160 países”, recorda o publicitário Rudá Nunes, que foi o organizador local daquele desafio de vôlei.
Outros eventos da Red Bull pelo mundo, para se ter uma ideia, foram desafios de tênis de quadra no maior edifício de Dubai, além de um recorde de velocidade num carro Fórmula Stock Car, com o brasileiro Cacá Bueno, que pisou fundo nas areias de um deserto. E para o Amapá, quais desafios ainda lhe cabem?
Placar centenário numa quadra bem no meio do mundo, com sol a pino
O momento mais esperado pelo público na capital do Amapá era, sem dúvida, a disputa entre os dois quartetos mistos. Sob temperaturas cada vez mais altas, os oito atletas jogaram por mais 40 minutos para decidir qual seria o hemisfério soberano. O equilíbrio continuou proporcional à incidência solar sobre o equador e “ralis” quase intermináveis envolvendo todos os jogadores levantaram o público no Marco Zero na fase decisiva.
Durante os últimos 15 minutos do enduro, o Sul finalmente conseguiu sustentar vantagem entre 8 e 10 pontos. Faltando três para o final, um salto mortal para trás de Rhonney Ferramenta marcou a sua comemoração pelo centésimo ponto da equipe sulista, fruto de uma cortada certeira do atleta carioca. Naquele momento a vitória do Sul já era vista como certa e viria a ser confirmada pelo inédito placar de 102 a 93 com o apito final. Pela conquista, o time recebeu a premiação de US$ 24 mil.
Apesar de a cidade de Macapá ocupar ambos hemisférios, o público local mostrou-se claramente conquistado pela simpatia do time brasileiro que vibrou com as arquibancadas a cada ponto conquistado. “Foi a nossa primeira vez em Macapá e adoramos tudo, especialmente a receptividade das pessoas. Foi uma iniciativa incrível e só tenha a agradecer”, afirmou Maria Clara Salgado após a cerimônia de premiação.
Impressionados ficaram também os alemães e as austríacas do time Norte, que não deixaram de elogiar as belezas da região. “Há lugares que você vê pela televisão, mas se surpreende quando tem a oportunidade de conhecer ao vivo. A Amazônia é, sem dúvida, um desses casos. Estou impressionado com tanta vida que conheci aqui”, declarou Julius Brink.
NÚMEROS
– Nos bancos das equipes, dois renomados treinadores: Nalbert, ídolo do vôlei brasileiro pelo time Sul e, pelo Norte, o ex-jogador americano Sinjin Smith, lenda do vôlei de praia da década de 1990.
Texto extraído do site oficial da empresa (www.redbull.com.br).
U$24mil
(Dólares) Premiação oferecida ao time campeão do desafio de vôlei de praia em Macapá.
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