CLEBER BARBOSA
EDITOR DE TURISMO
“As férias inesquecíveis da minha esposa”. Esse é o título do texto do jornalista Everlando Matias, que mora em Macapá e que fez uma viagem no final do ano até Roraima, na fronteira do Brasil com a República da Guiana, a ex-Guiana Inglesa. A pedido do Diário, ele elaborou um “Diário de Viagem”, com o resumo desse passeio, um antigo pedido de sua esposa Jilciene Alcântara, que tem amigos morando na região.
A viagem – Em novembro do ano passado eu e minha esposa fomos passear em Boa Vista-RR, onde mora um casal de pastores amigo nosso. Confesso que é um trajeto cansativo foram mais de sete horas de viagem. Saímos de Macapá às 19h20 e chegamos a Boa Vista às 3 horas da manhã, após três horas de espera no Aeroporto Internacional de Belém e mais uma hora no Aeroporto de Manaus para troca de aeronaves. Mais valeu apena! Pela primeira vez em quase dez anos de casados estávamos curtindo as férias da minha esposa, em outro país.
Roraima está situado na região Norte do país, sendo o estado mais setentrional da federação. Tem por limites a Venezuela ao norte e noroeste, Guiana Inglesa ao leste, Pará ao sudeste e Amazonas ao sul e oeste. A capital Boa Vista é fruto da miscigenação de várias raças e costumes, que tem grande influência na gastronomia do local. A predominância é a culinária indígena, muito apreciada pelos turistas em busca de temperos diferentes e exóticos. Um dos locais onde ela pode ser apreciada é a Orla Taumanan, que, no idioma macuxi, significa ‘paz’. Aproveitamos uma tarde de sol e tendo o pastor Oel e Leila Nunes como guias fomos conhecer o local, espera ver uma obra igual a de Macapá, mas pra nossa surpresa era apenas um local pequeno ainda em construção, mais muito bonito, ideal para fotos tendo como cenário o rio Branco, que no período de seca (outubro a março), o nível das águas diminui em toda a sua extensão, formando belíssimas praias naturais. As mais frequentadas são a Praia Grande e Praia da Água Boa, além da Ponte dos Macuxis, com 1.200 metros de extensão ligando a capital Boa Vista aos municípios do Cantá, Normandia e Bonfim. Sua função básica é integrar o Brasil à vizinha Guiana Inglesa, tendo como porta de entrada a fantástica cidadezinha de Lethem, na Guiana, o paraíso das compras.
Texto: Everlando Matias
As curiosidades de Lethem, na fronteira da Guiana
Distante de Boa Vista em 125 quilômetros de asfalto em ótimas condições, a cidade atrai pessoas de várias regiões. Lethem é pequena e parece sobreviver do mercado apenas das novas lojas ricas em produtos da Adidas, camisas Lacoste e de times internacionais, tênis Nike e Puma, além de bolsas, perfumes e brinquedos. O engraçado é que os produtos possuem uma qualidade superior daquela encontrada em São Paulo, com um preço bem menor. Esse é o motivo que tantos brasileiros visitam a cidade. Nós adoramos conhecer Lethem, principalmente por causa da sua “estranheza”. E um dos tours que recomendo é a ida a qualquer mercadinho, ali é possível encontrar produtos que você nunca viu na vida. Um caso a parte são os refrigerantes locais, a variedade de sabores diferentes é fantástica, dentre eles: Gengibre, Abacaxi, Tangerina, Banana, Chiclete, Big Red (oi?), Cream Soda (que comprovadamente tem gosto de desodorante). A Guiana é o único país da América do Sul onde se fala inglês, aliás, um inglês bem complicado de se entender, uma coisa cantada com um quê caribenho.
Visita à Venezuela onde passaporte é dispensado se você abastece o carro lá
Santa Elena (de Uairén), cidade divisa com o Brasil pertencente a Venezuela é fantástica. É uma cidade venezuelana de colonização espanhola, capital do município de Gran Sabana, fica a 15 km da fronteira com o município brasileiro de Pacaraima, no Estado de Roraima e 230 Km da capital Boa Vista com uma população de 28.219 habitantes e situada a 900 metros de altitude em relação ao nível do mar. Partimos logo pela manhã rumo a Santa Elena, a expectativa de conhecer a tão falada cidade quase foi frustrada. Durante o trajeto nosso guia nos mostrava as belezas da região, pudemos contemplar a beleza da mão de Deus, lindas paisagens e montanhas com formações rochosas cortadas pela rodovia. Minha esposa Jilciene não perdeu tempo e registrou as maravilhas que eram postadas no Face.
Após algumas horas na estrada chegamos a fronteira. Esperamos algumas horas na fila e por falta de conhecimento matei minha sede bebendo um refrigerante que custou R$ 2,00. Na Venezuela eu compraria oito garrafas pelo mesmo valor que paguei no lado brasileiro. A exemplo dos países do Mercosul, com os quais o Brasil mantém fronteira livre para a circulação de pessoas, bastando apenas a apresentação de um documento de identificação para entrar na Venezuela. Os turistas brasileiros não precisam apresentar o passaporte na hora de entrar no país vizinho. Mas, o passaporte foi substituído pela obrigação de encher o tanque do carro com gasolina venezuelana, até ai um bom negocio. Na Venezuela, preço de um iogurte equivale a três tanques de gasolina. Um litro de gasolina na bomba custa um pouco menos de 0,1 bolívar [R$ 0,03]. Ou seja, para encher um tanque de 45 litros, um venezuelano gasta 4,5 bolívares [R$ 1,40].
CURIOSIDADES
– Na entrada da cidade de Santa Elena, na Venezuela, uma pequena casa de alvenaria com portão de ferro chama atenção, dentro está presa uma pedra condenada por assassinato. Segundo relatam, alguém importante daquela localidade havia sido encontrado morto, sem achar o criminoso e tendo apenas a pedra como evidência do crime. A pobrezinha acabou condenada .
R$ 1,40
Este é o custo para um venezuelano encher um tanque de 45 litros de gasolina em um carro de passeio, na Venezuela.
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