Acidente aéreo que matou Dalto Martins continua sem respostas
Além do parlamentar, empresária Raquel Loiola também morreu no acidente. Passados dois anos e nove meses, Aeronáutica não concluiu investigação
Após dois anos e nove meses do acidente aéreo que matou o deputado estadual Dalto Martins (PMDB), e a empresária Raquel Loiola, em Macapá, nenhuma investigação sobre o caso foi concluída. De acordo com o capitão da Aeronáutica, Júlio Cesar Noschang, do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa I), sediado em Belém (PA), o relatório final sobre as causas do acidente é confeccionado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), e não tem prazo para conclusão.
“Porém, é importante esclarecer que as investigações de acidentes com aeronaves civis têm como única finalidade a eliminação ou mitigação de qualquer fator de risco associado a uma condição perigosa, visando exclusivamente à prevenção de futuras ocorrências, através da emissão de Recomendações de Segurança de Voo”, disse o capitão, em nota, nessa terça-feira, 27.
Com isso, o questionamento sobre o que ocorreu naquela manhã de 20 abril de 2012 continuará sem respostas. A Polícia Civil abriu uma investigação sobre o caso, mas o Diário do Amapá não conseguiu informações sobre quem preside o inquérito, e nem se ele foi arquivado ou está em andamento.
O acidente
O monomotor C 206 – prefixo PR-CRR, pilotado pelo deputado Dalto Martins, caiu logo após a decolagem na manhã chuvosa do dia 20 de abril de 2012. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave decolou às 5h48 do Aeroporto Internacional de Macapá, e o plano de voo mostrava que o destino era a cidade de Santarém (PA).
Porém, às 5h52, o piloto comunicou que “estava com problemas”, mas não confirmou que tipo de problema tinha ocorrido. Há época, de acordo com o superintendente da Infraero no Amapá, David Oliveira, a torre perdeu o contato e a aeronave desapareceu do radar.
A aeronave caiu cerca de 7 quilômetros da cabeceira da pista. Moradores do bairro Jardim América, onde o monomotor caiu, relataram que o avião caiu já em chamas. Naquele mesmo dia, o então comandante do Corpo de Bombeiros do Amapá, coronel Raimundo Miranda, disse que após colidir com uma árvore a aeronave pegou fogo e ficou completamente destruída.
Os corpos das vítimas foram destroçados e carbonizados. Exames de DNA foram realizados no material coletado para confirmar as identidades do parlamentar e da empresária.
O deputado
Dalto Martins estava no terceiro mandato como deputado estadual pelo PMDB. O parlamentar era médico e piloto há 19 anos. Casado com a médica Maria Teresa Renó, deixou três filhos. Já havia exercido o cargo de tenente da Polícia Militar de São Paulo. Nasceu no município de Breves, no Pará, e ganhou reconhecimento, também, pela defesa do profissionalismo no carnaval e futebol amapaenses.
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