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Amapaenses rechaçam pretensão do PT de fazer Lula Ministro

Objetivo seria blindar Lula das ações da Operação Lava Jato comandadas pelo juiz Sérgio Moro, ao conferir foro privilegiado ao ex-presidente.


A pretensão do PT de transformar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro do governo de Dilma Rousseff repercute em todo o país e não está sendo bem digerida pelos amapaenses, por entenderem que se trata de manobra para blindar Lula das ações da Operação Lava Jato comandandas pelo juiz Sério Moro, da Justiça Federal de Curitiba (PR), porque, no cargo de Ministro, o ex-presidente passaria a ter foro privilegiado, passando, via de consequência, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, e não mais pela justiça de primeiro grau.
 
Entrevistado na manhã desta quinta-feira, 10, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o economista e ex-deputado federal Jurandil Juarez rechaçou a manobra: “Trata-se de uma pretensão totalmente equivocada, o que se constituiria mais um grande erro do PT e do atual governo; proteger o ex-presidente da primeira instância, seja Moro ou qualquer outro juiz – porque também correm processos contra ele em São Paulo seria apenas adiar o encontro de Lula com a Justiça, valendo lembrar que as mesmas acusações já levaram outros poderosos para a cadeia, como o Delcídio do Amaral (senador do PT), por exemplo, cuja ordem de prisão saiu do STF)”.
 
Para Jurandil Jurez, se a situação de Lula e do próprio governo não melhorar, o projeto de Lula voltar à Presidência da República não vai se concretizar: “Se essa angústia se prolongar por muito tempo, chegar até 2018, Lula chegará tão desgastado que pode até mesmo inviabilizar a sua candidatura; entretanto, como candidato natural do PT, dificilmente sairia vitorioso; para ele ser ministro precisaria ter mais habilidade e conhecimento técnico, porque a especialidade dele é política; é, de fato, uma estratégia para protege-lo, mas, certamente, os investigadores deles também terão a sua estratégia”.
 
‘Goleada contra o PT’
Também ouvido no programa, por telefone, o deputado estadual Paulo Lemos (PSOL) afirmou que tem o mesmo entendimento de Jurandil Juarez: “Concordo plenamente com Jurandil; essas medidas apressadas sempre acabam dando errado; exemplo disso foi substituição do ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) por um membro do Ministério Público, pelo histórico dele e pelo trabalho que estava realizando; a mudança, como se previa, foi desastrosa, porque o STF de goleada decidiu que um membro do MP não pode ocupar cargo no Executivo; como resultado, em vez de resolver um problema acabou criando outro, tudo porque claramente houve tentativa de se usar o MP politicamente”.
 
Paulo Lemos anunciou dois grandes eventos políticos no Vale do Jari neste fim de semama: “No sábado haverá uma grande reunião em Vitória do Jari com os pré-candidatos às eleições municipais e, no domingo, o evento será ainda maior, em Laranjal do Jarí, quando serão lançados os pré-candidatos do PSOL à Prefeitura e à Câmara daquele município; estamos trabalhando para lançar candidaturas próprias a prefeitos no maior número de municípios, à exceção de Macapá, onde apoiaremos a reeleição do prefeito Clécio Luís”, pontuou.

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