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Cheia repentina deixa dezenas de desabrigados em Ferreira Gome

Famílias estão sendo removidas para áreas mais altas. Moradores dizem que barragem de hidrelétrica rompeu; empresa nega



 

Dezenas de pessoas estão desabrigadas no município de Ferreira Gomes, distante 137 quilômetros da capital, Macapá, em função da subida repentina do volume de água do rio Araguari. Até às 14h desta quinta-feira, 7, mais de 40% da cidade de Ferreira Gomes estava alagada. A afirmação foi feita à Rádio Diário (90,9FM) pelo secretário de Estado de Relações Institucionais, Jorge Amanajás.

“Ainda não se tem números precisos sobre essa tragédia. Saímos ainda pouco de uma reunião com representantes da empresa construtora da hidrelétrica Cachoeira Caldeirão, a EDP, e a explicação inicial é de que eles precisaram fazer abertura de uma das ensecadeiras por causa de um volume excessivo de água. Eles negam que tenha havido rompimento na barragem, mas desse detalhe técnico cuidaremos depois. Neste momento estamos mobilizando a Defesa Civil Estadual, Cruz Vermelha e todos que puderem ajudar no atendimento às vítimas, principalmente aqueles moradores ao longo do rio Araguari”, disse Amanajás.

O secretário disse que também estava entrando em contato com o Exército Brasileiro para pedir ajuda. O prefeito de Ferreira Gomes, Elcias Borges, disse por telefone que a Defesa Civil Municipal está dando a primeira resposta, mas que não há muito o que ser feito do ponto de vista da inundação.

“A prioridade é resgatar as pessoas. Muitas famílias já tiveram perda total de seus imóveis. Neste momento queremos garantir a segurança e acomodação dessas pessoas em número ainda indefinido”, disse o prefeito.
A agricultora Maria José, 47 anos, que mora à beira do rio Araguari, a cerca de um quilômetro da hidrelétrica do Caldeirão, disse que por volta das 8h o marido dela, que estava na roça, chegou correndo em casa dizendo ter ouvido um barulho muito grande. “Foi uma onda enorme que passou na frente de casa, levando a casinha do trapiche e nossos barcos. Até os cachorros que estavam na ribanceira foram arrastados pela onda. Depois, tudo alagou”, disse por telefone a moradora.

Não há informações sobre feridos nem desaparecidos, até o momento. Os números preliminares sobre as vítimas afetadas pela enchente só serão divulgados após o levantamento da Defesa Civil. As equipes de resgate estudam locais mais seguros para poder alojar os desabrigados.

 


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