Última Hora

Clínico geral diz que microcefalia terá consequências desastrosas

Médico Cláudio Leão teme que o país tenha uma geração numerosa de pessoas com má formação cerebral
 

Entrevistado na manhã desta sexta-feira, 05, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o médico clínico geral  diz que microcefalia terá consequências desastrosas Cláudio Leão manifestou preocupação com a epidemia de microcefalia no país. Ele explicou que a enfermidade, relacionada ao Zika vírus, que é transmitido pelo Aedes aegypti, deixa sequelas cerebrais graves, e, por isso, suas consequências podem ser ainda mais desastrosas do que se prevê.
 
“Toda doença grave causa um grande viés social, principalmente quando atinge recém-nascidos e causa sequelas importantes, como a microcefalia; trata-se de um sério problema médico e social, que atinge diretamente o lado econômico; a se confirmar essa epidemia não resta qualquer dúvida que vai provocar um alarmante problema na área social; tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) já está preocupada com isso e decretou Estado de Urgência Internacional”.
 
O especialista lembrou que reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal ‘Folha de São Paulo’ mostra que em Pernambuco, onde se concentram os maiores casos de microcefalia do Brasil, as mães sofrem com falta de assistência, e cobram ajuda para cuidar bebês: “Essas mães têm toda razão, porque as crianças precisam de cuidados especiais e o Estado é obrigado a prover essas necessidades, disponibilizando neuropediatras, fisioteparapia especializada e ocupacional, psicólogos e educação especial; essa situação é muito preocupante, porque  dependendo da sequela, da magnitude do problema, vamos ter um grande problema na infância, somando-se aos preocupantes índices de mortandade infantil, que são muito elevadas no país, inclusive no Amapá”.
 
Cláudio Leão afirmou que o fato de o Amapá e o Amazonas serem os únicos estados brasileiros sem casos de microcefalia não é motivo de comemoração, mas, sim, de alerta: “Amapá e Amazonas são dois estados com grande circulação do Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, da Chikungunya e da Dengue. Não se deve desprezar o fato de que a Chikungunya, por exemplo, chegou ao nosso estado através da fronteira com a Guiana Francesa; por isso as autoridades da área de saúde têm que ficar atentas, deflagrando ações de prevenção às doenças e combate ao vetor (mosquito)”.

Deixe seu comentário


Publicidade