Detran Amapá diz que fraudes investigadas em operação são de 2014
A direção do departamento diz ter constatado que os três veículos foram registrados no estado entre os dias 16 e 26 de abril de 2014. Dos 17 veículos citados em nota da Polícia Federal, houve questionamento somente nos processos de três deles.
Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (17/6) o Departamento de Trânsito do Estado do Amapá (Detran) deu a versão do órgão sobre a Operação Marca Fria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) durante a manhã. Segundo o Detran, trata-se da investigação de adulteração de chassis, inserção de informações falsas no sistema e cadastramento de veículos clonados, ocorridas em 2014 (gestão do então governador Camilo Capiberibe, do PSB).
Segundo Inácio Maciel, diretor-presidente do Detran, que é delegado de polícia, ao tomar conhecimento das irregularidades, logo se abriu investigações internas para a apuração e identificação dos envolvidos. Suspeitas que foram reforçadas, quando a Secretaria de Estado de Justiça do Mato Grosso do Sul procurou o departamento para informar que não estava conseguindo emplacar três veículos novos, frutos de convênio com o Ministério da Justiça, pois os mesmos estavam registrados no Amapá.
A direção do departamento diz ter constatado que os três veículos foram registrados no estado entre os dias 16 e 26 de abril de 2014. Dos 17 veículos citados em nota da Polícia Federal, houve questionamento somente nos processos de três deles.
De acordo com o diretor, um relatório técnico foi produzido e encaminhado à corregedoria do Detran, ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e ao Departamento de Trânsito do Mato Grosso do Sul. Internamente, a medida tomada ao comprovar a prática ilícita, foi anular todos os registros de primeiro emplacamento. O caso também foi denunciado pelo Detran do Amapá ao Ministério Público Estadual e Federal, e também às Polícias Civil e Federal.
O diretor também ressaltou que nenhum dos três mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva, cumpridos pela PF, ocorreram na sede do Detran ou com servidores do departamento.
“Na atual gestão, estão sendo tomadas, junto aos órgãos de controle e de segurança pública, ações para coibir e evitar irregularidades. Em qualquer suspeita de irregularidade, a ordem é tomar as medidas internas e legais cabíveis, e sempre estar acessível e disponível para colaborar nas investigações junto às autoridades policiais em âmbito estadual e federal”, finalizou Inácio Maciel.
ENTENDA O CASO – Nesta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a operação Marca Fria, para desarticular um esquema de adulteração de chassis de veículos e a inserção de dados falsos em sistema de informações do Departamento de Trânsito do Estado do Amapá.
Policiais federais deram cumprimento a três mandados de busca e apreensão e a três de condução coercitiva, na cidade Macapá.
Ao longo da investigação, segundo a PF, identificou-se que uma montadora vendeu lotes de veículos zero quilômetro aos Ministérios da Integração Nacional e da Justiça. Entretanto, no ato de licenciamento desses carros, foram detectados números de chassis que, de maneira possivelmente fraudulenta, já se encontravam licenciados e emplacados no Detran do Amapá.
Verificou-se que no Detran, diz a polícia federal, houve o cadastramento de pelo menos 17 veículos clonados, ato que contou com a participação de servidores do próprio Detran e de um despachante de veículos.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, associação criminosa e uso de documento falso.
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