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Juiz reclama do descaso do governo na área de educação

Juiz coordenador da Justiça Itinerante Fluvial reclama que escolas do Estado estão fechadas por parte de professores e transporte para os alunos


“A rede estadual está deixando muito a desejar no Distrito do Bailique; eu, particularmente, não sei como as coisas de fato funcionam no MEC (Ministério da Educação), pois recurso é por numero de alunos, mas, apesar da grande quantidade de alunos, a rede estadual está abandonada; já entramos no mês de maio e até agora o ano letivo ainda não iniciou, em especial na Escola Bosque, porque além da falta professores, a falta de transporte para a comunidade escolar é outro grande problema. Na realidade, mais de 12 mil moradores do Arquipélago reclamam da inércia do governo, impondo às população o mais completo abandono”.

O desabafo foi feito na manhã desta segunda-feira, 02, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) pelo juiz coordenador do projeto ‘Jornada Itinerante’, do Tribunal de Justiça (Tjap), Luciano Assis. Ele reclamou da falta de políticas públicas para as mais longínquas comunidades do estado: “A população de ressente de assistência em setores básicos; educação e segurança pública não suprem as necessidades dos moradores; em relação ao Bailique, especificamente, a situação não é mais grave ainda por conta da boa atuação da Prefeitura de Macapá, que mantém em perfeito funcionamento, com médicos e medicamentos as unidades de saúde”, elogiou.

Para o juiz, vários fatores contribuem para o agravamento do quadro, principalmente a falta de interesse de professores de contrato administrativo porque os salários não são atraentes: “Constatamos, por exemplo, que em Itamatabuba e Foz do Gurijuba (ilhas do Arquipélago), os professores contratados e a comunidade escolar como um todo estão sem transporte, porque a cooperativa responsável alega falta de pagamento; ressalte-se, ainda, a pouca remuneração paga aos professores horistas, considerando a reduzida carga horária na maioria das disciplinas; de outro lado, entretanto, sabe-se que há professores no Bailique a disposição da Escola Bosque, que até agora ainda não iniciou o ano letivo de 2016. Por isso faço um apelo à Secretaria de Educação para que dê um atenção especial para esse caso, viabilizando o início das aulas, como também resolver de uma vez por toda a questão do transporte escolar”, pediu.

 Processo seletivo

Por telefone, ao vivo, a titular da Secretaria de Estado de Educação, Conceição Medeiros, admitiu a existência dos problemas elencados pelo juiz, mas assegurou que  providências já estão sendo adotadas para resolve-los: “Temos conhecimento de todos esses problemas, mas já estamos buscando solução; o primeiro passo já está sendo tomado nesta segunda-feira, com a abertura do processo seletivo para contratação de professores especificamente para o interior; já está também realizando estudos para garantir melhor remuneração aos professores que atuam nessas comunidades, considerando que a gratificação que os professores do quadro efetivo recebem para atuar no interior não contempla contrato administrativo”, anunciou Conceição Medeiros


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