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Macapá: 257 anos da ‘Cidade Jóia da Amazônia’

A história de Macapá se prende à defesa e à fortificação das fronteiras do Brasil Colônia, quando estabelecido um destacamento militar



 

“Quer saber, onde eu tô? Tô no Norte do Brasil, eu tô em Macapá…”. O refrão da letra de um dos maiores compositores e cantores do Amapá, Nivito Guedes, tornou-se um hino da capital do meio do mundo, Macapá, que neste dia 4 de fevereiro completa seus 257 anos de criação. O nome é de origem tupi, como uma variação de ‘macapaba’, que quer dizer lugar de muitas bacabas, uma palmeira nativa da região, a bacabeira.

Antes de ter a denominação de Macapá, o primeiro nome concedido oficialmente às terras da cidade foi Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, por Carlos V da Espanha, numa concessão a Francisco de Orellana, navegador espanhol que esteve na região.

A história de Macapá se prende à defesa e à fortificação das fronteiras do Brasil Colônia, quando estabelecido um destacamento militar, criado em 1738. Posteriormente, na Praça São Sebastião (atual praça Veiga Cabral), a 4 de fevereiro de 1758, foi levantado o Pelourinho, na presença do capitão general do Estado do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, fundando a Vila de São José de Macapá. A partir de então, foram surgindo edificações, até hoje preservadas, que constituem em verdadeiro patrimônio cultural, como a Fortaleza de São José de Macapá, uma das sete maravilhas brasileiras.

Dias atuais
Porém, deixando a história um pouco de lado, nos deparamos com uma cidade em plena expansão nos tempos atuais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Macapá tem oficialmente registrados 28 bairros, mas o número chega a mais de 60. De acordo com o supervisor de disseminação de informações do instituto, Joel Lima da Silva, a estimativa populacional de 2014 é de que no estado existam 750.912 , sendo que desse total 446.757 estejam na capital. Isso corresponde a um percentual de 59,5% do total de residentes.

E esses números só crescem. Diariamente, centenas de pessoas migram para Macapá. Entre os atrativos, está o anúncio das zonas Franca e Verde, e várias outras oportunidades de emprego, principalmente, construção civil e na área de mineração, agora ameaçada por uma crise instalada entre Santana e Pedra Branca.

Das modestas casas em madeira, agora contemplamos edifícios gigantescos e luxuosos. A verticalização da cidade é irreversível. Projetos habitacionais foram surgindo durante os últimos anos, tentando amenizar o déficit habitacional.

Monumentos
Fortaleza de São José, Monumento Marco Zero, Trapiche Eliezer Levy, Igreja de São José, são apenas alguns pontos turísticos, mas que precisam ser revitalizados. Nesse caso, cabe ao Estado esse papel.

A beleza daquela que já foi chamada um dia de ‘Cidade jóia da Amazônia’, foi amarelada com o tempo pela falta de investimentos em infraestrutura, mobilidade e saneamento básico. De acordo com o Instituto Trata Brasil, Macapá tem apenas 4% de rede de esgoto. O reflexo dessa falta de investimentos é sentido nos postos de saúde. Quando se trata de água potável, a situação não é diferente.

Nas ruas, o que incomoda são os buracos. Sem investimentos ao longo dos anos, a malha viária se perdeu. A expansão demográfica da cidade não foi acompanhada pelos gestores. O trânsito já rendeu ao município o título de cidade com mais mortes entre as capitais do país. Hoje isso começa a ser humanizado.

“São desafios gigantes que temos para vencer. Hoje as medidas estão sendo tomadas de forma emergencial, mas estamos trabalho um plano para 20 anos. Não se pode pensar apenas no hoje, é preciso definir um macro projeto para nossa cidade. Temos orgulho de morar e criar nossos filhos aqui, mas é preciso que se tenha condições favoráveis para isso. Hoje é um dia para comemorar, mas para refletir, também. Essa reconstrução de Macapá passa por todos nós, desde os gestores, até a população. Só assim poderemos devolveu ao nosso município esse tão sonhado título de cidade jóia da Amazônia”, disse o prefeito Clécio Luiz.

Festa
A prefeitura preparou uma programação que integra shows, apresentações culturais de diversas linguagens, esporte e muito lazer para brindar pela cidade. As atividades acontecerão no CEU das Artes, no Infraero I; na Praça Floriano Peixoto; na Praça da Bandeira; e no Santa Inês. Será uma semana de ações que iniciou no domingo (1) e se estenderá até o dia 8 de fevereiro. Hoje tem atividades descentralizadas em três pontos da cidade, sendo que na praça Floriano Peixoto ocorre a tradicional pescaria. A festa é encerrada com samba no Mercado Central.


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