Mãe com distúrbio mental da à luz uma menina, sozinha, em casa
Criança não tem roupas nem fraldas. Família é extremamente carente. Na casa onde eles vivem não tem camas nem ventiladores; falta alimento
Aos 32 anos de idade, ribeirinha da região de Portal (PA), portadora de distúrbio mental – segundo a própria família -, Maria do Socorro Rodrigues deu à luz uma criança [menina] no sábado, 5, dentro da casa onde ela mora com a mãe, quatro irmãos e três filhos no bairro do Muca.
Desde então ela ocupa um leito na Maternidade Mãe Luzia. O Diário acompanhou nessa quinta-feira, 10, o drama que a família enfrenta neste momento. A filha de Maria do Socorro ainda não tem nome. A jovem com distúrbio mental nunca foi registrada e, por isso, nunca registrou os filhos.
Maria Osvaldina, mãe de Socorro, diz que a neta não tem roupas para vestir. “Não tenho estudo, trabalho como diarista e ganho no máximo R$ 30 por dia. Não temos condições de comprar um enxoval sequer pra essa criança. Minha filha não tem como trabalhar. Agora tive que parar de trabalhar para acompanhá-la no hospital”, revela a avó.
A família vive em uma pequena moradia, alugada, na passarela Eça de Queiroz, no bairro do Muca, zona sul de Macapá. O aluguel – de R$ 300 – está atrasado. No interior do imóvel não existem móveis como cama ou sofá, muito menos um ventilador. O alimento também é escasso. Por não ter documentos a jovem mãe solteira nunca foi incluída em um programa social como o Renda Para Viver Melhor ou Bolsa Família.
Dona Osvaldina conta que alguns amigos que ela fez no Superfácil Beirol, na zona sul de Macapá, a ajudaram a viajar para o município de Portal onde ela conseguiu a certidão de batismo da filha.
“Agora tenho que dar andamento no registro dela para poder registrar meus netinhos também, mas, nem sei por onde começar. A situação é muito difícil e não temos apoio. Preciso de ajuda”, disse chorosa a mãe e avó.
Como teve a menina em casa, sozinha, Maria do Socorro passou muito tempo com a menina ligada pelo cordão umbilical, o que acarretou em alguns problemas de saúde. Nesta quinta-feira os médicos disseram que a mãe e a criança devem permanecer por pelo menos mais uma semana na maternidade.
Campanha
Uma campanha foi aberta pela Rádio Diário (90,9FM) E Jornal Diário do Amapá para arrecadar alimentos para a família e o enxoval e fraldas para a menina ainda sem nome. As doações podem ser deixadas no prédio do Sistema Diário, na Avenida Coriolano Jucá, 456, Centro, em Macapá. Os contatos podem ser feitos pelos números 99161-7995 ou 99117-3539.
Reportagem: Rodrigo Silva
Texto: Elden Carlos
Foto: Marcone Brito
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