Marcos Reátegui diz que processo contra ele não passa de denuncismo
SEM PROVAS: Parlamentar garante que Ministério Público não conseguiu reunir provas e, agora, ‘se agarra’ a especulações
Entrevistado na manhã desta segunda-feira, 21, pelo Diário do Amapá, o deputado federal Marcos Reátegui (PSC) afirmou que está ‘tranquilo’ com relação ao processo em trâmite no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá, que o acusa, juntamente com a deputada estadual Mira Rocha (PTB) de prática de abuso do poder econômico e de corrupção eleitoral nas eleições de 2014. Segundo ele, o objetivo é atingir a sua honra, sem qualquer possibilidade de um desfecho radical, com a cassação do diploma de deputado.
“Essa ação judicial tem como fundamento apenas depoimentos testemunhais, cheios de contradições e sem qualquer respaldo em provas existentes no processo. Com toda a sinceridade, o fato incontroverso é que o Ministério Público Eleitoral – a quem, aliás, dispenso um tratamento respeitoso – não conseguiu comprovar as acusações que deram origem ao processo, agarrando-se, agora, ao que dizem pessoas surgidas, convenientemente, depois de encerrada a eleição e proclamado o resultado das urnas, para pedir, de forma ilegítima e sem qualquer respaldo concreto, sequer indícios de prova a cassação do mandato a mim outorgado pela população do meu estado”, ressaltou Reátegui.
O deputado também se manifestou através de nota, acusando de haver manobras políticas com o objetivo de atingir o mandato dele: “No processo em questão, baseado em denuncismo puro e simples, apenas referências indiretas surgiram ao meu nome, naquilo que parece algo criado apenas com o objetivo de atingir a minha honra e tentar, por vias tortas, sabotar a vontade do povo do Amapá, que me escolheu como seu legítimo representante. A minha defesa técnica foi apresentada no momento oportuno à Justiça Eleitoral e tenho plena confiança de que a verdade dos fatos vai prevalecer.
Prossegue a nota: “Surpreendendo muitos e contrariando os interesses de tantos outros recebi, pelo voto livre dos eleitores, o mandato de Deputado Federal. Desde então, não tenho medido esforços no sentido de lutar pelo melhor para o nosso Amapá, deixando para trás divergências ideológicas e colaborações partidárias, buscando, na condição de coordenador da bancada federal do Amapá, a união que fará avançar nossa sociedade”.
Ao final da nota, Réategui pontua: “Nestes primeiros meses de mandato acredito ter demonstrado que meu estilo é o de agregar, de somar esforços, de unir autoridades, poderes e sociedade na busca de melhorias para a vida do nosso povo. Não tenho dúvidas de que a eleição surpreendente e inesperada de alguém que não vem de longa carreira política, nem se presta ao tradicional jogo de divisão e disputas partidárias, típicas do Amapá, acabou desagradando alguns interesses poderosos. Porém, nenhum obstáculo vai me intimidar ou me fazer fraquejar! Enfrentarei mais essa batalha, como enfrentei todas as que surgiram ao longo da minha vida: de cabeça erguida, com confiança nas instituições do meu Estado, nas leis do meu país e de braços dados com a verdade”.
Pedido de cassação
Em processo que tramita no TRE-AP, o procurador da República Ricardo Augusto Negrini emitiu parecer pela cassação do diploma da deputada estadual Mira Rocha (PTB) e do deputado federal Marcos Reátegui (PSC). O Ministério Público Eleitoral (MPE) acusa os deputados de prática de abuso do poder econômico e de corrupção eleitoral. Segundo a denúncia, com a participação do prefeito do município de Santana, Robson Rocha, irmão de Mira Rocha, ambos teriam obrigado servidores temporários da Prefeitura a participarem de atos de campanha, muitas vezes realizados no horário do expediente, acrescentando que, passada a eleição, os contratados que não se empenharam na campanha foram demitidos.
Com a apresentação do parecer pela Procuradoria Eleitoral, o TRE-AP vai abrir vistas para a defesa se manifestar. Após isso, todas as testemunhas e os próprios parlamentares serão ouvidos. A reportagem do Diário do Amapá tentou ouvir, também, sem êxito, a deputada Mira Rocha e o prefeito Robson Rocha, de Santana, e até o fechamento desta edição os mesmos não retornaram as ligações. (Ramon Palhares)
Deixe seu comentário
Publicidade