Última Hora

População de rua toma conta dos espaços públicos

Omissão do poder público seria uma das razões para o crescimento da população de rua e ocupação de espaços públicos. 

Especialistas atribuem o problema à omissão do Poder Público. Na quarta-feira, 20, o repórter Costa Filho relatou a situação vivida uma mulher que se identificou como ‘Iracema’. Aparentando transtornos mentais, ela passou a viver nas calçadas da Avenida Euclides da Cunha esquina com a Rua Professor Tostes, inclusive automutilando, batendo permanentemente com a cabeça nos muros, pronunciando a palavra ‘assassino’ de forma desconexa, sem que tenha qualquer tipo de assistência dos órgãos de assistência social do estado.
 
Nesta quinta, 21, o repórter Olívio Fernandes abordou o drama vivenciado por usuários de drogas no centro da Capital, e o repórter Rodrigo Silva a situação de indigência de uma mulher que fez da calçada dos complexos hospitalares do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e do Pronto Atendimento Infantil (PAI) o seu habitat.
 
Identificada como Alice – carinhosamente chamada por quem a conhece como ‘Lili’, a mulher, de 53 anos, mora há 12 anos nas calçadas do HCA e do PAI contando apenas com a generosidade das pessoas. O vendedor ambulante Marcos Coelho, de 37 anos, que comercializa lanches há cinco anos no local, reclama que as próprias unidades hospitalares onde Lili resolveu morar não lhe dão assistência.
 
“Ela (a mulher) não possui parentes. Portadora de esquizofrenia, ela é sozinha. Desde 2004 ela mora por aqui, dormindo nas calçadas, sem um só cobertor, sem receber qualquer assistência médica e social por parte do Poder Público. Já tentei ajudar várias vezes, mas ninguém faz absolutamente nada; se aparece um cachorro amarrado aí nada hora os órgãos de direitos humanos dão as caras, mas quando se trata de um ser humano eles cruzam os braços; ela está muito debilitada, e só não morreu ainda de inanição por eu e outras pessoas, principalmente os taxistas que fazem ponto aqui damos comida pra ela; pra ter ideia do tamanho do problema, ela está a muito tempo sem tomar banho, tanto que no cabelo até coliformes fecais tem; já procurei os órgãos de serviços sociais, eles vieram aqui, mas não fizeram absolutamente nada”, reclamou.
 
Usuários de Drogas pedem socorro
Outro drama registrado pelo repórter Olívio Fernandes, do programa ,é a situação degradante dos usuários de drogas que ocuparam as arquibancadas do campinho de futebol localizado na frente da antiga residência oficial do governador, mais exatamente na área da Praça Zagury, na frente da cidade. Abandonados por parentes e desassistidos pelo Poder Público, pessoas de ambos os sexos e de todas as cidades se aglomeram nos espaços insalubres do lugar.
 

Ao repórter, um dos moradores manifestou a vontade de se recuperar do vício de drogas: “Nós, aqui, não somos bandido não (sic); nós não roubamos ninguém; muita gente que mora aqui quer sair daqui, mas não temos pronde (sic) ir; não temos condição (sic) de ir pra outro lugar, então o jeito é continuar por aqui mesmo, contando com a ajuda dos outros, que nos dão dinheiro pra comer e também pra comprar droga”.
 
Comerciantes e moradores do entorno da Praça Zagury – e também frequentadores do local garantem, entretanto, que o problema é ainda mais grave porque os usuários de drogas não vivem de forma pacífica com a comunidade, e a maioria é responsável por furtos e assaltos no lugar. A estudante Mônica Ribeiro Trindade, de 19 anos, relata que já foi vítima de assalto no lugar: “Não existe praticamente iluminação nessa área aqui da residência oficial. Alguns alunos que estudam em escolas aqui na Avenida FAB, mas que moram no Perpétuo Socorro, e usam essa rota para encurtar caminho, estão sendo assaltados. Se nada for feito logo teremos um assassinato aqui”.
 
Também há relatos dando conta de que é cada vez mais crescente, também, o comércio de drogas, principalmente de crack, no local. Além disso, existem várias mulheres (muitas menores de idade) que se prostituem cobrando até R$ 10 por um programa. “Lamentavelmente essa é uma dura realidade. Algumas delas (mulheres) fazem programa ai mesmo, embaixo das arquibancadas. Não é difícil ver cenas de sexo em plena luz do dia. Já vi algumas pessoas que penso ser assistentes sociais fazendo anotações, mas nada além disso, o que é condenável”, protestou Raimundo Carlos Almeida, que trabalha como ambulante no entorno da Praça. 


Deixe seu comentário


Publicidade