Primeira mulher a assumir presidência do Tjap toma posse hoje
Desembargadora Sueli Pini é a primeira mulher na história do Judiciário amapaense que assumir a cadeira principal do Tribunal de Justiça
A primeira juíza a ascender ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) assume às 18h desta quinta-feira, 5, a presidência da mais alta Corte do Judiciário no estado. Sueli Pereira Pini, 55 anos, foi eleita presidente do Tjap em dezembro de 2014. A escolha aconteceu após Stella Ramos e Carlos Tork renunciarem suas candidaturas.
Pini ocupará a cadeira deixada pelo presidente Luiz Carlos Gomes dos Santos, que se aposentou compulsoriamente, e exercerá o mandato no biênio 2015/2017. Ela está membro da Corte desde 2013, quando foi escolhida pelo critério de antiguidade na magistratura amapaense.
Durante entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (Dário 90,9FM), na manhã dessa quinta-feira, a desembargador, que diz preferir viver ‘um dia de cada vez’ e sem muitos planos, assegurou que ao contrário dessa filosofia, fará uma gestão altamente planejada, e não apenas seus dois anos de mandato.
“Estamos planejando um judiciário para no mínimo 5 anos. Estamos com uma consultoria dentro do Tjap para elaborar esse planejamento estratégico. Além disso, temos que encaminhar um relatório circunstanciado até o dia 31 de março ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Então, planejar o futuro no judiciário é imprescindível”, destaca.
O mote de sua gestão frente ao Tjap será a aplicação da desjudicialização. Para isso, será criado o Comitê Estadual Interinstitucional da Desjudicialização. Diante da dificuldade do Judiciário em atender com presteza às demandas judiciais que a sociedade produz, assim como a necessidade de encontrar soluções eficazes, a desjudicialização tornou-se uma realidade no Brasil, com a edição de leis que favorecem a composição amigável de situações sociais por meio dos serviços extrajudiciais, buscando desta forma propiciar o desafogo do Poder Judiciário.
“Essa é uma ferramenta que chamo de a 6ª onda. Vamos tomar como exemplo o Governo do Estado. Imagine que existem entre 8 mil a 10 mil processos de servidores públicos que cobram na Justiça o pagamento do reajuste de 2.84% que foi concedido há algum tempo, mas que não foi efetivado. Com isso, cada um dos servidores ingressou com ações individuais no Juizado da Fazenda. Com a desjudicialização, isso não chegaria ao judiciário. Seria resolvido em uma Câmara de Conciliação Fazendária dentro da Procuradoria Geral do Estado”, disse.
Sueli Pini afirmou, ainda, que a disputa travada para chegar ao desembargo do Tribunal de Justiça do Amapá foi árdua, mas que ela jamais perdeu uma noite de sono por isso. “Na verdade eu não perdi nem 5 minutos de sono sequer. Vejo as coisas seguindo um curso natural. Há 24 anos ajudei na construção desse judiciário e essa decisão final que me concedeu o título de desembargadora é o reconhecimento desse trabalho”, afirmou.
Pini promete uma gestão empenhada e compartilhada, porém, sem deixar escapar as rédeas na condução do judiciário amapaense, tido como um dos mais eficazes do país.
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