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Regularização de transporte alternativo é pivô de debate no rádio

Presidente do Sinditáxi e coordenador do grupo ‘Guerreiros de São Jorge’ protagonizam discussão acalorada no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9)


O grupo denominado ‘Guerreiros de São Jorge’, que agrega motoristas de transporte alternativo em Macapá e Santana está intensificando gestões junto ao Governo do Amapá (GEA) para a regularização da atividade. A exemplo do que acontece em vários estados, como em São Paulo, por exemplo, o assunto é polêmico, e encontra forte reação dos taxistas.

O coordenador do grupo, Robson Façanha, reclamou na manhã desta terça-feira, 24, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que a prática do transporte alternativo é muito necessária no Amapá, por causa das péssimas condições do transporte coletivo, mas reclamou que a atividade é discriminada pelos órgãos de fiscalização, principal a CTMac (Companhia de Trânsito de Macapá.

Durante a entrevista, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Macapá (Sinditáxi), Rosenilson, por telefone, manifestou a posição da categoria: “Somos radicalmente contra a regularização dos clandestinos, porque não há espaço nem em Macapá e muito menos em Santana para eles atuarem; primeiro a gente tem que organizar o transporte público, que é deficiente devidos a vários fatores, como o próprio transporte irregular; não podemos dar guarida a essa atividade, pois é feita sem segurança, sem comodidade, sem segurança e sem preparo do motorista; o transporte alternativo não tem nada a ver com o transporte publico; nossa categoria é totalmente contra; o que precisamos é organizar melhor o transporte de Macapá, cuidar da malha viária que está toda esculhambada, totalmente esburacada, além da questão da segurança pública, porque os nossos colegas taxistas são assaltados todos os dias”, argumentou.

O coordenador do grupo ‘Guerreiros de São Jorge contra-atacou: “Nós, que fazemos o transporte alternativo, somos discriminados, perseguidos, apesar de realizarmos um trabalho benéfico à sociedade, de quem recebemos todo o apoio, tanto que elaboramos pesquisa de opinião publica que circula nos veículos de lotação, e o resultado mostra que a população é favorável; essa atividade existe em todo o país, e em vários estados já foi regulamentada, como em São Paulo, mas aqui somos taxados de bandidos; não quero desmerecer o trabalho dos taxistas, que também são trabalhadores; porém, o transporte alternativo é uma importante válvula de escape, uma vez que o transporte público não atende às necessidades; é ruim, muito ruim e deficiente em todos os aspectos”, disparou, lembrando que uma lei aprovada na Assembleia Legislativa (Alap) autoriza o transporte alternativo.

Ao ser questionado por Rosenilson sobre essa lei, Façanha explicou que se trata da Lei 1.808, de 31 de março de 2014, de autoria do deputado Moisés Souza (PSC), que permite o transporte alternativo, ao que Risonilson, visivelmente irritado, aos gritos, vociferou: “Essa lei é ilegal, e n nós (os taxistas) não vamos respeitar uma lei que afronta Constituição, principalmente com uma atividade que coloca em risco a população, porque, repito, transporte público tem que ter comodidade, segurança e confiabilidade”, recebendo o contraponto de Robson Façanha:

– Comodidade e segurança nós garantimos à população, e temos a confiança de toda a sociedade; a pesquisa mostra isso, e mostramos pra quem quiser; não somos bandidos; nós, que fazemos o transporte alternativo também somos trabalhadores; na realidade, não nos interesse o Sinditáxi, a opinião do presidente do sindicato, porque temos aceitação geral da população; temos como provar isso; não temos ligação alguma com vocês (do Sinditáxi), e já estamos nos organizando através de uma cooperativa para que nossa atividade seja regulamentada -, revelou.

 “Culpa do prefeito”

A partir daí, um bate-boca intenso entre os entrevistados – ambos por telefone – tornou o embate inaudível, mas deu para perceber que agressões verbais mútuas deram o tom à discussão. Ao final, o presidente do Sinditaxi culpou o prefeito Clécio Luís (Rede) pelo avanço da atividade de transporte alternativo em Macapá.

“Melo (Luiz, âncora do programa), infelizmente eu tenho que assumir (sic) no teu programa que a responsabilidade toda por tudo isso (transporte alternativo) é o prefeito Clécio, que assumiu a responsabilidade de regularizar o transporte irregular, foi uma promessa do prefeito, mas isso não resolve o problema da cidade de Macapá”, desabafou Rosenilson, no que mais uma vez recebeu o contraponto de Façanha:

– Ora, isso não compete ao prefeito, a ‘a’, ‘b’ ou ‘c’, compete ao Estado; é lei estadual que regula a atividade em todo o estado; a CTMac atua de forma irregular nas rodovias, porque não pode autuar em rodovias estaduais e interestaduais, e o Risonilson é consciente disso; tem que haver um decreto-lei de autoria do Governo do Estado para regulamentar a atividade, e isso nós vamos conseguir, porque todos nós somos trabalhadores e a Constituição Federal determina o livre exercício do trabalho”, finalizou Róbson Façanha.


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