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Secretário parlamentar de Jozi Araújo deve assumir presidência da CEA

A informação vazou durante a manhã desta quarta-feira (6/3), e foi confirmada por Ângelo do Carmo, atual presidente da companhia. Ele falou com o Diário do Amapá por telefone e disse que recebeu o comunicado sobre sua saída e a indicação do nome de Rubens Alves Gomes para o seu lugar.


Rubens Alves Gomes, secretário parlamentar da deputada federal Jozi Araújo (PTN-AP), deve assumir nos próximos dias o cargo de presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), empresa que se encontra em processo de federalização e tem três diretores executivos indicados pela Eletrobras. Com a indicação, a gestão da CEA volta a ser comandada por pessoas ligadas a políticos.

A informação vazou durante a manhã desta quarta-feira (6/3), e foi confirmada por Ângelo do Carmo, atual presidente da companhia. Ele falou com o Diário do Amapá por telefone e disse que recebeu o comunicado sobre sua saída e a indicação do nome de Rubens Alves Gomes para o seu lugar.

“Foi coisa resolvida lá pela Casa Civil da Presidência. Não tenho mais detalhes por não atuar em área política e sim na área técnica, mas é certo que a posse só depende da reunião do Conselho de Administração da CEA, que precisa ser convocada nos próximos dias”, disse Ângelo do Carmo. A reunião deve ser realizada até quarta-feira 13.

Funcionário de carreira da Eletrobrás Eletronorte, Ângelo do Carmo assumiu a presidência da CEA em novembro de 2014, substituindo Francisco Almendra, também indicado pela Eletrobras Eletronorte no processo de preparação da companhia para a federalização. Os demais diretores indicados pela Eletrobras Eletronorte devem entregar os cargos. A CEA tem gestão compartilhada entre a Eletrobras Eletronorte e o governo do Amapá.

A reportagem apurou que Rubens Alves Gomes tem formação de engenheiro civil, é físico e bacharel em Direito. É servidor de carreira da Câmara dos Deputados e atua na área temática de Minas e Energia.

Jozi Araújo foi eleita deputada federal com 10.007 votos pela legenda do PTB, mas trocou de partido e agora é do PTN. Nos bastidores da CEA o comentário é de que a indicação de seu secretário parlamentar para a presidência da empresa faria parte das negociações para salvar a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment.

Em 2014, Jozi Araújo foi condenada na 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar a pena de um ano e quatro meses de prisão sob a acusação de apropriação indevida de verbas da Cooperativa dos Prestadores de Serviços de Veículos Automotivos do Amapá (Coopserva), conforme denúncia do Ministério Público do Amapá. O pai, João Mariano do Nascimento, e o irmão dela Josevaldo Araújo Nascimento, também foram condenados a mais de um ano de prisão. Segundo o MP, a família se aproveitava do fato de compor a diretoria da entidade para desviar os recursos.

A denúncia descreve que em 2006 o irmão da deputada eleita era presidente da cooperativa citada no processo e teria transferido R$ 5,5 mil para a conta bancária da irmã e um valor semelhante para a do pai. Em seguida, ele teria feito mais dois depósitos de R$ 5 mil para as mesmas contas bancárias. Ainda em 2006, conforme a denúncia, o irmão de Jozi Rocha fez duas transferências, de R$ 40 mil e R$ 18 mil, para o plano de previdência privada dele.

O advogado de Jozi disse à época que o dinheiro recebido por ela era referente ao pagamento do aluguel de um carro que prestava serviços para a cooperativa, em que a cliente exercia a função de tesoureira.

Em novembro do ano passado, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a requerimento do Ministério Público Federal, reconheceu a prescrição da pretensão punitiva e declarou extinta a punibilidade da denunciada Joziane Araújo.

Ocorreu que, entre a data de recebimento da denúncia e a publicação da sentença transcorreu prazo superior a quatro anos, impondo-se, como sustentou o Ministério Público Federal, o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal.

A deputada Jozi Araújo também é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap), entidade envolvida em escândalos e que desde 2013 perdeu o direito da gestão no Sesi e no SENAI, alvos de intenvenção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da qual está afastada.


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