Trabalhador morre esmagado embaixo de carreta
Após almoço, vítima de 36 anos de idade foi deitar com mais dois amigos embaixo da carreta, pra descansar
O ajudante de depósito Marcelo Castro Gomes, 36 anos, morreu prensado embaixo de uma carreta no início da tarde desta segunda-feira, 8, na empresa onde ele trabalhava, no bairro Santa Rita, zona oeste de Macapá. A vítima estava deitada embaixo da carreta no momento que ela teria deslizado para frente e caído sobre o trabalhador.
Havia cerca de duas toneladas de produtos no interior da carreta. “Ele, Marcelo, estava ajudando a descarregar essa carreta. Como eles já tinham retirado parte da mercadoria, o peso ficou concentrado todo na frente. Depois do almoço ele veio com mais dois trabalhadores e deitou aí embaixo. Infelizmente ocorreu isso e não deu tempo de ele sair”, contou um funcionário que pediu para não ser identificado, mas que trabalha no mesmo setor.
O diretor de marketing da empresa, João Luiz Rabelo, afirmou que houve uma fatalidade. “Existe uma área de descanso que foi criada para nossos colaboradores. Temos um plano de segurança na empresa, mas infelizmente existem situações como esta. Houve uma fatalidade, sim, mas estamos empenhados em prestar todo apoio necessário à família do trabalhador. Estamos garantindo que tudo será feito para jamais desamparar a família do nosso colaborador”, assegurou Luiz Rabelo.
O corpo da vítima foi removido para o Departamento Médico Legal (DML) da Polícia Técnico Científica (Politec), onde passou por necropsia. Marcelo era casado e natural da cidade de Cametá (PA).
“Ele estava com fone de ouvido”, diz amigo
Um dos outros dois funcionários que estavam ao lado de Marcelo Castro no momento do acidente concordou em falar com o Diário sem ter o nome e imagens divulgados. Ele contou que a orientação da empresa é que os colaboradores, após o almoço, se recolham à sala de descanso, mas isso não vinha sendo seguido.
“Sabíamos que era perigoso, mas no meu caso, por exemplo, já era um hábito. Infelizmente aconteceu isso com nosso companheiro. Mas poderia ter sido eu também, e nosso outro amigo. Estávamos deitados embaixo da carreta e quando já ia dar 13h o outro parceiro levantou e saiu. Eu e o Marcelo continuamos deitados, mas eu ouvi um barulho, algo tipo rachando. Vi então que a carreta estava descendo. Ele [Marcelo] estava com ouvindo música no fone de ouvido. Quando eu rolei e bati nele já não deu tempo pra mais nada. Se ele não tivesse de fone naquela hora talvez tivesse escutado o barulho e se salvado”, disse o trabalhador.
Os funcionários dos outros departamentos foram liberados pela direção do depósito. A comoção era grande entre os colaboradores. A Polícia Técnico Científica (Politec) e o departamento de perícia do Corpo de Bombeiros, além da Polícia Civil, periciaram o local para emitir os laudos que possam apontar tecnicamente as causas reais do acidente.
Esse laudo poderá sair em até 30 dias.
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