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Vítimas de incêndio cobram moradias dois anos depois

Manifestação ocorrida nessa sexta-feira, 4, cobra pagamento de cinco meses de aluguel social e a destinação das famílias para conjuntos habitacionais, como prometido


(Foto - Marcones Brito)

23 de agosto de 2013, 16h40. Um incêndio de grandes proporções risca do mapa cerca de 250 casas construídas em uma área de 26.580 metros quadrados no bairro Perpétuo Socorro, zona leste de Macapá. Pelo menos quinhentas famílias ficaram desabrigadas.

4 de dezembro de 2015, 9h da manhã. Famílias que ainda não conseguiram ser alocadas em conjuntos habitacionais – como prometido há época – fecharam a avenida Pedro Américo, principal via de acesso ao bairro. De acordo com o presidente da associação criada para defender os interesses das famílias vitimadas pelo incêndio, Manoel Santos, a manifestação dessa sexta-feira foi para chamar atenção da Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (SIMS), responsável pelo pagamento do aluguel social. O benefício é no valor de R$ 350.

“A Prefeitura de Macapá – que atende parte das famílias – quitou os três meses em atraso, no sábado passado. Porém, a SIMS está há cinco meses sem efetuar esse repasse. Os donos dos imóveis alugados já pediram as chaves da maioria dos inquilinos. Para onde vai esse povo agora? Prometeram nos alocar nos conjuntos habitacionais, principalmente no Macapaba, mas até agora isso não se concretizou. Diante desse descaso, vamos continuar aqui até que algo de concreto, repito, de concreto, seja feito. Já vamos passar nosso terceiro Natal ao relento. Isso é uma humilhação”, disse o presidente da associação.
As famílias atingidas pelo incêndio tinham concordado inicialmente em não retornar para dentro da área atingida pelo sinistro, porém agora elas já falam em reerguer as casas no mesmo espaço, como relata a manicure Maria Almeida, 37 anos.

“Sabe o que mais nos revolta? É o fato de nenhum representante do governo vir aqui tratar da coisa com seriedade. Nossos filhos não têm expectativa nenhuma de futuro. Não podemos comprar nada por não ter onde colocar. Ouvimos todos os dias os donos dos imóveis ameaçarem o despejo por falta de pagamento, e eles têm razão, afinal, é a fonte de renda de boa parte deles. Ou se dá uma solução imediata ou vamos buscar nossos direitos na marra”, asseverou Maria Almeida.

Reportagem: Elden Carlos


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