Osmar Júnior
A era do regionalismo em nova ordem
Na arte sou um buscador da universalidade, a partir da região. Isso leva à criação do gênero que vai ser descoberto mais tarde por um público também buscador. O novo está por aqui, e isso me interessa, dá sentido à minha vida artística.
A nova era deve ser levada a sério pois em todos os setores sociais ela deverá influenciar filosoficamente, e dar à humanidade já cansada um novo horizonte de qualidade de vida. São diversas as transformações, que vão dos desastres naturais ao caos das grandes cidades, do uso consciente da água à substituição do combustível fóssil, da paz religiosa à evolução política e da educação ambiental ao coração do homem.
A nova era abrirá literalmente o cérebro humano e teremos longevidade, pois isso nos fará parecidos com os seres bíblicos que viviam centenas de anos, pois é comum a evolução do corpo humano. Através da ciência, perdemos a proximidade do divino, e os homens foram demais seduzidos pela tecnologia e as marcas supérfluas que as redes de comunicação nos atiram a todo segundo. O novo homem estará mais próximo da natureza e terá alimento mais saudável.
Por isso canto e faço do Amapá meu universo criativo, pois o futuro dessa qualidade de vida não está nas grandes metrópoles, e sim nesses santuários, onde o homem voltará a adorar o simples. Hoje, velhas bandeiras políticas de lutas populares são corrompidas pelo dinheiro e estragam o país. Esta é a hora de novas mentalidades. Mas o que nossa juventude anda vendo é corrupção, violência institucionalizada, sexo sem limites e muita banalização do respeito. Para muitos, o ceio familiar é o início da mudança. Como estará esta cultura dentro de casa?
Não é de hoje que ser pai ou mãe é dizer sim de forma desmedida. Isso é quase doentio, é transferir para os filhos seu ego insatisfeito, relações abaladas e sabe lá o que mais. A relação com os pais não pode ficar no materialismo. A televisão prega a violência e a cultura de massa com inclusão social e exclusão de qualidade; os aplicativos servem de fuga à solidão urbana e a religião é quase um franchising. O povo vê muita novela e nada de livros; as cidades estão no caos. Quem quer viver neste caos infernal?
Então aceite esta cultura regionalista como avistamento da nova era. Pode estar aí o nosso talento natural, futuro para o Amapá.
Bom domingo.
De Bob Marley à Costa Norte
Quando ouvi Bob, chorei. Sabia do que havia atrás da ideologia daquela música jamaicana. Ele me ensinou a real essência do compositor idealista, que foge dos clichês modistas, quer criar sua própria nave sonora, quer o sucesso e a liberdade pra si e pra sua gente, como remédio para a injustiça social, e faz música com paixão.
Os melhores sons são os afros, até porque tudo é afro, mas também quero dizer que os melhores sons são acompanhados de originalidade, de valores políticos e sociais, e servem de espada para um povo em guerra ou paz. Na nossa realidade imaginei junto com Amadeu, Val, Zé e tantos outros que fizeram o Movimento Costa Norte, uma ilha musical que pudesse enriquecer seu povo de bens materiais e imateriais, fizemos força, puxamos o marabaixo e o batuque para a popularidade, apontamos para nossos valores turísticos e culturais, fizemos intercâmbios com nossas fronteiras, através dos ritmos e das parcerias, ajudamos a mudar o panorama cultural de nossa época.
Mas precisávamos de mentalidades mais abrangentes na política e no meio empresarial para que nossa ilha fosse construída.
É…, a Jamaica é pobre, o Amapá também.
Se aqui tem milionários, eles são pobres de espírito, pois não vemos neste estado nem um sinal de riqueza; fachadas de empresa não valem, pois fachadas são apenas fachadas, iguais a quem investe uma dinheirama em propaganda para sua empresa e não incentiva os valores públicos.
Insisto: o turismo e a cultura precisam ser parte da economia do Amapá. Crescemos em população, expandimos Macapá, no entanto precisamos de um novo recurso econômico organizado. Das velhas cabeças, nada, eles não acreditaram o suficiente em seus valores materiais e imateriais. Será que seremos uma miniSão Paulo, que não aguenta mais?
Fiz uma pequena pesquisa entre os músicos e todas as classes culturais. Estamos mais interessados do que nunca em crescer. A velha e nova gerações estão a postos para acreditar em um novo herói na política.
Quanto a Bob Marley, continua vivo pra dizer que você precisa de uma ideia, e não somente de um som perfeitinho e sem sentido.
Bom domingo.
O louco e o anjo
Há dias que conversamos e não tenho certeza de sua existência, mas acho que isso não faz diferença pra você , pois se seus poderes forem os tais poderes de criação, amor e justiça, minhas incertezas permitirão que eu te busque, mesmo às vezes achando que é um lado do meu cérebro conversando com o outro.
Mas não vou desistir de falar com você. Isso seria desconstruir dentro de mim uma antiga relação ou ideia. E as ideias se ligam no plano dimensional, como foi ensinado por Jesus. O que liga embaixo, liga em cima.
Sou motivado um pouco por vícios humanos, algum materialismo e outras coisas medíocres que esse corpo pede. É insignificante o que faço diante da loucura do mundo. Eu acho que não posso saber de toda verdade sobre as suas verdades, mas vou acreditar naquilo que meu coração sente, e chamar por você sempre que me sentir em desgraça ou quando eu ficar feliz e grato.
Dentro de mim imagino você, fora de mim te vejo nas árvores e nos pássaros, na música e nas estrelas. Às vezes creio na saudade, e ela fala em voltar pra você. Pedacinhos, mil pedacinhos de Deus somos. Seria ideal ou no minimo divino se fosse assim.
Nem todo mundo entende as mensagens, sinais, gravuras, acontecimentos. Sua linguagem além de midrash pra mim é puramente arte, e está em duo na fala das pessoas. Consigo ouvir você e consigo infelizmente ouvir outros que são sarcásticos.
Não quero ficar feito louco por aí achando que minha verdade é a única. Só quero uma fórmula de viver e morrer levemente, e quem sabe ser feliz com você até o fim dos tempos, se é que o tempo tem fim.
Bom domingo.
O midrash segundo a mesa das rosas
(A filosofia poética)
– Os princípios que estão escritos no testamento de Yeshua (Jesus) são verdadeiros.
Portanto a análise aqui feita é simples tradução a partir do elemento inspiração.
– O poeta crê na inspiração, e toda matéria transformada ao redor é fruto da rogacão a partir das necessidades do homem perante a própria natureza do planeta.
A rogacão nesse caso é a necessidade de meios para o convívio, defesa, conforto e agilidade do ser humano no planeta e no cosmos, tecnologia e alimento.
O homem está em valores acima da natureza porque tem a possibilidade do corpo luminoso, só é ligado a ela pela própria existência nesta dimensão, ele pode refazer com apenas uma partícula divina a matéria que origina a vida, acredite, isto está escrito no tempo ( a imagem e semelhança)
A maior pergunta do homem é se somos espírito, ou seja algo mais que matéria orgânica.
Sim, o invisível é matéria, a consciência é rogacão.
Portanto é a partir da consciência que o ser tem contato com seus princípios essenciais. Eu sou, o Deus, é a consciência viva.
Parece o cosmos algo grande demais para ser criado, é que a noção de tempo e espaço a partir da visão do homem atual ainda é limitada em seu desenvolvimento mental.
Não sabemos quantas vezes o universo proporcionou a vida inteligente.
Mas sabemos das possibilidades de corpos conscientes e suas adaptações a estados complexos através da matéria necessária.
Mas a resposta é , sim, o homem consciente pode voltar à luz.
Portanto o criador e a criatura convivem na matéria como um só.
Pois a linguagem midrash aqui é, “o que liga em baixo liga em cima”.
Em qualquer situação você tem o passado e o futuro , as dimensões conhecidas e as desconhecidas.
Olhe para o passado e entenda o futuro , olhe para baixo e entenda o alto.
Leia a bíblia com mais consciência científica porque Deus é a inteligência e a consciência suprema.
Osmar Jr .
Um barco para o céu
Ao ver o corpo de uma criança na praia dormindo seu sono eterno, o que podem dizer os poemas?
As mulheres numa tentativa de travessia parece que levaram bóias infantis. Aquelas bóias coloridas são brinquedos feitos de súplica a um mar furioso onde as mães pedem desesperadas para que ele tenha piedade da vida de seus filhos.
A Sodoma do deserto ainda existe, e o justo está morto nas almas afogadas. Agora diga ao anjo que destrua o mal pela raiz. Quem foi que escreveu a fome e a fraqueza de quem foge com o filho no colo e os calos nos pés?
Leva daqui pra lá não sei pra onde na base de água ou fogo toda essa dor, porque as lágrimas formam um oceano de tristeza e medo nesse tempo de fim.
Deus pai, o que fizeram em teu nome? Não vês que tememos ficar fora deste céu tão egoísta? De que é feito o coração das guerras? Será feito da busca pelas tuas promessas? Será feito daqueles que se declaram incluídos nas hierarquias celestes e donos da chave do paraíso? Agora, igrejas, recolham os feridos das guerras, sem dízimo, por favor.
Mortos os ditadores e os crápulas da religião, ficam os xenófobos apedrejadores, os neonazistas e a covardia das nações do mundo. Fica o comércio de armas e a mente frágil da juventude recrutada pela tela de um computador.
Agora põe um barco no mar e leva os inocentes pro teu céu. Leva desse mundo de desperdício e fome, de pouca paz, desde Jerusalém até a África, onde morre gente que nem nasceu ainda.
Agora o mar parece um aquário de crianças que procuram pelas mães que choram na travessia.
Bom Domingo.
O pó dos Sonhos
– Poeta angustiado, pretenso escritor de sucesso, autodidata, boêmio, viciado em tudo, do sexo as drogas, mais inexplicavelmente firme, matutino, e assíduo em suas atividades de conquistador de almas, figura muito popular.
Era José Razo de Castelo, um desses homens importantes da literatura que a humanidade perdeu de vista, como milhares e milhares de outros.
O que contarei sobre esse poeta é especifico, pois não posso biografa-lo.
– Carmem Teresa o conheceu, o seduziu e o conquistou com suas facilidades sexuais e sociais, além de algum e ilusório dinheiro.
Castelo , como era conhecido nas noites e também nos meios intelectuais, tinha o desapego que a maioria dos homens da arte tem, caminhava pelo mundo distraído, cheio de sonhos, era simpático e fácil de atrair companhias femininas.
Daremos agora um salto, pois isto aqui é apenas um ensaio.
_ Era primavera em Veneza, e os recursos financeiros e de saúde da linda Carmem agora se esgotavam, eram os pequenos trabalhos de tradução e artigos arranjados com amigos boêmios ricos e influentes que Castelo sustentava a vida difícil do casal nesse tempo. Então como de praxe Carmem começou a despejar sua ira em Castelo, chamando-o de vagabundo , inútil, que aquele sonho com aquele livro que nunca saía era idiotice.
– Arranje trabalho de homem, dizia ela, e quanto mais a doença lhe consumia , mais ela se tornava uma megera.
O expediente de um escritor é o pensar, o contemplar, a pesquisa e o escrever, podem chamar de vadiagem, pois é uma forma de expressar aqueles que trabalham com o prazer.
Eram essas brigas advindas da estupidez que implodiram um bloqueio criativo na mente de Castelo, mais ele não desistia de criar uma familia com Carmem, algo completo com dialogo, filhos, problemas e risos.
Então Carmem foi internada com graves problemas pulmonares, ele ficou ao lado de seu leito enquanto escrevia desesperadamente o romance, mais ele tinha que pagar a conta do hospital. Então recebe uma proposta de venda do titulo, ou seja vender sua ideia para um pseudo escritor rico e famoso.
Já em casa, ela pergunta como ele pagou a conta da internação , ele responde , com o pó dos sonhos.
– Mais o pó dos sonhos era o nome do seu romance.
– Ele responde , pois é.
Bate a porta e some pela noite veneziana.
Bom domingo
A arrogância e a fera
Arrogante! Tu não percebes que jogou a rede e lutou com unhas e dentes pela captura da fera?
Agora tu tens uma fera domada que não vê sentido em voltar para a vida selvagem; está amedrontada e ferida, e boa parte de sua vida lhe foi roubada.
Agora pegas a fera e queres submetê-la a maus tratos, e a natureza diz, tu és eternamente responsável pelos teus desejos, não maltrates aquilo pelo qual lutastes tanto, pedistes tanto, fizestes oferendas aos santos pela fera, vendestes a tua alma.
Lembra das horas em que teu desespero foi grande e rogaste para vencê-la? Lembra que trancastes a jaula? Lembra dos gritos e depois do prazer que tivestes em possuí-la?
Lembre das coisas que tirastes dela, o verde da mata, o azul do céu, o cheiro do mar. Lembre de quando ela era viçosa e tinha forças para correr pelos campos.
Agora tu a humilhas e a deixas no canto, amarrada, sem saber o que poderia ser a vida em liberdade; agora a fera gorda e sem brilho no olhar é triste e nem sabe que é triste, olha a lua e chora, e nem sabe porque chora, dizem que chora pela certeza de estar vencida.
Conhecias os segredos e os costumes da fera, ficastes de tocaia noites e noites, esperando com tua isca e armadilha para atraí-la.
Olha, mulher, desde o início sabias da maçã e da língua da serpente; sabias que serias estátua de sal se na fuga de Sodoma olhasses para trás; sabias que não esconderias nada de Deus, e riste, tu não acreditastes que a luta tem seus dias e suas conquistas, e que isso seria a verdade da tua vida inteira. Tua, da tua arrogância e do teu desprezo pelo amor conquistado.
A Lua, a única coisa que preenche o vazio da fera, queres apagá-la, queres cegar a fera, cutucar suas feridas; agora ameaças matá-la, e matar o amor que a fera deixa cair dos olhos por ti, quando sozinha no escuro.
Vou rogar para que a fera alimentada pela luz da Lua num surto de força se erga e quebre a jaula e corra pela última vez para a beira do riacho de águas doces e límpidas para morrer e matar da memória seus dias perdidos, e quando estiver deitada em plena relva verde e úmida fixe seu olhar na Lua acesa pelo Sol e deixe que tudo seja o fim.
Osmar Jr.
Sol de Primavera
– Um Sol de Primavera virá em breve iluminar as esperanças do Brasil.
É a anunciação de um movimento rumo a um novo horizonte que talvez as ciências políticas teorizem, mas agora começa a aparecer como prática de uma nova mentalidade, que é a organização social que cria um movimento dos cidadãos que querem saber o destino dos impostos que pagamos.
Eu sempre soube que o problema do brasileiro é cultura, porque nós ainda pensamos cultura como somente a arte e a fomentação dela. Acontece que cultura é cidadania também, é quando o povo tem sua parcela intelectual conscientizada, para não passar por bobo da corte, que é como nos veem os políticos de mentalidade medíocre, pois o brasileiro não luta por seus direitos por não conhecê-los e não exigi-los. Isso não vai mais acontecer!
São mais de oitocentos bilhões em impostos que desaparecem, deixando-nos sem serviços básicos, como saúde e educação. Se pagássemos menos impostos viveríamos bem melhor, e o salário daria para nos fazer mais feliz.
A grande verdade é que pagamos com a vida e o sofrimento as regalias dos três poderes, do paletó à moradia dos homens poderosos.
Estão mostrando na televisão pra todo o Brasil ver como funciona a organização escusa de políticos no Brasil; são facções que riem da gente o tempo todo, e se revelam em telefonemas grampeados, e poucos se salvam.
Nessa semana ouvi no programa do meu amigo Ivo Canutti, na Diário, uma entrevista com a jovem Jessica Pereira anunciando essa ideia de conscientização da população mediante a exploração que sofremos todos os dias; trabalhamos mais de 150 dias só pra pagar impostos. Houve uma campanha nacional semana passada promovida pela CDL Jovem, onde a gasolina aqui em Macapá foi vendida sem impostos mostrando à população quanto seria pagar combustível sem os impostos. Pasmem! Sairia por R$ 1,60 o litro. O problema não é pagar imposto, disse Jessica, é receber isso de volta em forma de benefício.
Os homens estão cometendo aquele erro que cometeu a rainha Vitória, a Louca, que disse ao povo da França a frase que lhe levou a ser decapitada: “O povo tem fome? Dê brioches a eles”.
Temos que dar um jeito de decapitar as verbas desses vampiros do poder, e suas cabeças doentias.
Um Sol de Primavera anuncia um Brasil mais culto, um Brasil que cansou de ser enganado.
Osmar Jr.
O amazonismo na música e na literariedade de Osmar Júnior
Osmar Junior Gonçalves de Castro nasceu em Macapá-AP, no dia 14 de junho de 1963. Autodidata, tornou-se poeta, compositor, cantor, cronista e produtor cultural em sua cidade situada no extremo norte do Brasil, na Amazônia brasileira. É um dos principais nomes da música ideológica preservacionista da região. Seus temas se tornaram conhecidos pelas letras com expressões regionais e suas mensagens de denúncia às agressões do meio ambiente e da identidade cultural da Amazônia.
Índiso, negros e caboclos são poeticamente citados em suas canções. Na déca dos anos 1980 fundou junto aos seus parceiros Amadeu Cavalcante, Val Milhomem e Zé Miguel o Movimento Costa Norte para investigação, divulgação e presrvação da música produzida no Amapá e consecutivamente na Amazônia, mudando, assim, o panorama de música local. Compôs, nessa época, um álbum com dez músicas que falam da ecologia e injustiças sociais sofridas pelo povo amazônico.
Era um novo tempo pós a ditadura militar no Brasil. O Álbum chamado Sentinela Nortente tornou-se referência na voz de Amadeu Cavalcante. Coproduziu o vinil Vida Boa de Zé Miguel e logo após lançou seu álbum solo Revoada, que traz o clássico Igarapé das Mulheres.
As fusões rítmicas universais trabalhadas em suas obras retratam a música amapaense de raiz com um toque bem popular, a partir do seu violão e canto.
Osmar Junior tem 18 álbuns lançados entre solos, coletâneas e parcerias. Seus múltimos trabalhos são audiovisuais. Os documentários musicais Piratiba, a Cantoria no Lago,em defesa dos rios e biomas do Amapá, e Indiera, que fala sobre a invasão do capitalismo na alma indígena.
Sua música perlustra as devastações, as extinções, a biopirataria e a morte das culturas tradicionais da Amazônia, mas também é compositor de baladas românticas famosas na região. Por sua insistência em manter a identidade do seu povo, por sua participação na fundação do movimento musical Costa Norte, por sua paixão pela sua terra, tornou-se conhecido como o “Poetinha do Amapá”.
O Amapá e sua memória
O homem em sua essência é um Deus. Não sabemos qual a idade de Deus, só sabemos duvidosamente da idade desta natureza que vivemos agora, ou seja, uma estrela explode e espalha pelo universo elementos essenciais à criação de um planeta, e o planeta gera seres, e aí só uma espécime evolui com inteligência divina, com espírito, com voz e mãos habilidosas para construir, plantar e fazer obras de arte.
O que é a arte?
Dizem que a arte é parte da vadiagem. Concordo, pois impossível é pensar nas coisas divinas sem se estar em estado de meditação.
Tudo isso nos faz a seguinte pergunta: Pra que serve a cultura?
A cultura é o que o homem produz, memoriza e expõe sobre sua existência, sua evolução científica e espiritual, pois esse barro essencial planeja e constroi tudo que é necessário para a sobrevivência humana na vida do planeta.
Falo isso pra poder pedir ao poder público a nossa memória e a preservação dos valores humanos que fazem e fizeram sua parte no que se refere à identidade científica e cultural do Amapá, que está a cada dia mais vazio.
E esse vazio pode nos transformar em um campo triste e infértil, onde não brotará nem soja nem sorrisos, um campo seco, sem verde, sem vida e sem arte.
Bom domingo.