Wellington Silva

Trump e a democracia americana e mundial

 

Dizem que os opostos se atraem!

Outros dizem:

É tudo farinha do mesmo saco!

Eu digo:

Desgraça chama desgraça!

Perguntinha histórica:

O que o bolsonarismo no Brasil tem em comum com o trumpismo nos Estados Unidos?

A resposta é muito simples e muito clara:

O golpismo, o descarado e absurdo atentado contra o estado democrático de direito, contra a democracia, contra a soberania das instituições, contra a legalidade constitucional.

Vivemos hoje a preocupante “onda” mundial de simpatias ao absurdo, a verdadeira subversão contra tudo o que é legal e institucionalmente moral, ordeiro, DEMOCRÁTICO!

A similaridade de fatos absurdos ocorridos tanto no Brasil como nos Estados Unidos da América, durante e após as eleições presidenciais, sem dúvida alguma configuram uma clara orquestração política de tentativa de golpe de estado, de usurpação de poder, usando para isso táticas extremas de mobilização de massas enfurecidas, guiadas por radicais, de fazer o “quebra-quebra” no claro intuito de intimidar o parlamento, o judiciário e os eleitos, a fim de impedir a qualquer custo a governança do país.

Isto está muitíssimo claro como água cristalina!

Só não enxerga quem não quer ou obviamente prefere tapar o sol com a peneira apenas por uma questão de cegueira e radicalismo político!

Assim como Bolsonaro no Brasil, de muito Donald Trump já era pra estar totalmente impedido de disputar a eleição presidencial dada a evidente gravidade que ele e seus atos representam para a democracia americana e mundial.

Alguém deve perguntar:

Mas o que nós temos a ver com a política americana e o Trump?

A pergunta correta é:

Qual o nível de ameaça que Donald Trump representa para o futuro da democracia americana e mundial?

Deixo esta resposta com a consciência americana e com a comunidade mundial!

 

Quem são os incendiários no Pantanal?

 

Nestes últimos dias, a rica e belíssima biodiversidade do Pantanal   amanhece envolta em imensas labaredas do fogo e cortinas de fumaça.

De repente, o que era floresta logo vira cinzas, e onde havia animais, resta apenas esqueletos e pura devastação!

E de novo, mais uma vez as queimadas ilegais provocadas pela ação humana, costumeiramente ocorridas neste período sol, acabam sempre provocando sérios danos ao meio ambiente e à comunidade em geral.

Alguns parecem não dar a mínima para as regras simples e práticas de realização de uma queimada inteligente e controlada, porque dá trabalho, e implica em pequeno custo. E então, para estes, torna-se “mais prático e mais rápido” esta velha e ab urda prática, com risco total de destruição de tudo o seu redor.

Ocorre que até para o extremo da ignorância humana existe limite, e passando deste limite, torna-se abuso, absurdo, aberração, ilegalidade, séria provocação de danos coletivos a vida, a tudo e a todos!

Quem são os incendiários do Pantanal!?

A estes, sinceramente não vejo outro caminho a não ser o Congresso Nacional formular a aplicação de penas mais duras, prisão, multa e até a obrigatoriedade de o infrator contribuir para a extinção do incêndio por ele mesmo provocado.

A intensificação dos serviços de fiscalização neste período de seca e de muito sol se faz extremamente necessário e só se consegue efetivamente realizar com sucesso tal empreitada através de considerável aumento do efetivo de recursos humanos, materiais, de equipamentos, aeronaves, inteligência e monitoramento via satélite por exemplo.

De acordo com as autoridades do meio ambiente, a maioria dos focos de incêndio realmente são oriundos de queimadas ilegais.

A pergunta que não quer calar é:

O que estamos fazendo com o planeta Terra?

A elevação de temperatura, tanto nas cidades e principalmente nos oceanos, podem provocar o surgimento de furacões, alertam cientistas.

Diversos cientistas e pesquisadores avaliam que a persistência das preocupantes ondas de calor são claros sinais de como a ação humana é capaz de aferir uma grave mudança no clima, com impactantes reflexos de ondas de calor em terra, graves incêndios florestais, derretimento incomum da neve no Himalaia e perda de gelo marinho, por exemplo.

Von Schuckmann afirma que “mesmo que os humanos parassem de emitir CO2, amanhã mesmo, os oceanos continuariam a aquecer, nos próximos anos”.

E alerta:

“Como cientista do clima, estou preocupado com o fato de termos chegado mais longe do que pensávamos!”

 

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A urgente necessidade de se discutir a diversidade

 

O auditório da Universidade do Estado do Amapá-UEAP foi recentemente palco de interessante encontro de professores e acadêmicos para debater a cultura e a diversidade na educação das crianças da Amazônia.

Foram apresentados interessantes trabalhos acadêmicos sobre o tema, tais como o da professora Socorro Crespo, que fez uma abordagem sobre os estereótipos muito presentes em “historinhas” de contos de fadas, na verdade, nada mais que cenários culturais europeus que em quase nada tem de relação com a nossa histórica identidade cultural afro-ameríndia, por exemplo.

Convicta de que o momento foi fundamental para um bom processo de discussão e de amadurecimento da questão, a pesquisadora foi enfática:

“Poder ter o contato direto com esses professores que vieram até o seminário é muito importante. Espero que a mesa de hoje incentive-os a ressignificar em sala de aula algumas imagens trazidas por histórias infantis, muitas vezes importadas de uma realidade europeia distante da nossa, que pode até atrapalhar a criança em relação a questões como a compreensão de sua identidade e imposição de padrões de beleza”.

Chamou também a atenção a conferência da professora doutora da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Tânia Lobato, que abordou a temática “Culturas e diversidades amazônicas: o protagonismo das crianças nas pesquisas”. Falou da necessidade de se observar as peculiaridades e as diversidades que devem ser levadas em conta quando o educador olhar a sua programação de atividades para as crianças da Região Norte do Brasil.

É mister novamente afirmar, e não me canso de dizer isso, que profissão de fé é uma coisa e a identidade cultural de um povo é outra coisa completamente diferente!

Evidentemente, a fé não se discute, se sente!

Já a identidade cultural de uma comunidade, obviamente, é algo historicamente intrínseco como processo perene de pleno pertencimento, como no caso, o nosso tradicional e secular Marabaixo.

Entender o outro, o diferente, aquilo que culturalmente não se conhece, e não se sabe o que é, hoje é muito mais do que um simples fator de curiosidade. É uma necessidade vital para a boa convivência harmônica com aquilo que culturalmente classificamos de “diferente”, de “oculto”, justamente porque não sabemos e desconhecemos o conceito e o que é exatamente aquilo que nós erroneamente entendemos ou interpretamos como algo “demoníaco”, e tudo por pura e completa falta de leitura!

E foi exatamente neste sentido que no período de 20 a 21 de outubro de 2016 nós realizamos no Museu Sacaca, como o apoio da Academia Amapaense Maçônica de Letras, o I Encontro da Diversidade Cultural e Religiosa no Estado do Amapá. Isto, quando o tema diversidade ainda era um grande “tabu” e muito pouco falado.

Mas, no frigir dos ovos, o evento foi um sucesso tanto a nível de participação como de grande congraçamento entre culturas, entre religiosos, e enfim, entre a nossa tão rica diversidade cultural, a um tal ponto, de realizarmos o II Encontro no dia 13 de outubro de 2017, também no Museu Sacaca.

Hoje, mais que nunca, discutir, conhecer e procurar entender a nossa rica diversidade deve ser sempre algo plural com o envolvimento de toda a comunidade tucuju.

 

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Maria da Conceição de Almeida Tavares

 

O Brasil e o mundo recentemente perderam uma das maiores defensoras do desenvolvimento com justiça social:

Maria da Conceição de Almeida Tavares!

Em memorável entrevista concedida em 1.995 ao programa Roda Viva, da Tv Cultura, de bate-pronto a Professora Maria da Conceição enfatizou:

“Se você não se preocupa com justiça social, com quem paga a conta, você não é um economista sério. Você é um tecnocrata”!

Maria da Conceição de Almeida Tavares nasceu em Anadia, Portugal, no dia 24 de abril de 1.930. Faleceu no dia 08 de junho de 2024 em Nova Friburgo, município do Rio de Janeiro. Era filha de Fausto Rodrigues Tavares e de Maria Augusta de Almeida Caiado. Seu pai, revolucionário anarquista, chegou a abrigar refugiados da Guerra Civil Espanhola em plena ditadura salazarista.

Fugindo da terrível ditadura salazarista, muda-se para o Brasil junto com sua família, em fevereiro de 1954, fixando moradia no Rio de Janeiro.

Em 1957 adota cidadania brasileira. Seguidamente, matricula-se no curso de Economia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Logo, em 1.958, torna-se Analista Matemática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde trabalhou até 1960.

Sempre irreverente, revolucionária, visionária, e por vezes necessariamente realista, a economista, matemática e escritora luso-brasileira Maria da Conceição foi a principal mentora intelectual do histórico Plano de Metas de Juscelino Kubistschek. Foi também Professora Titular da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro assim como deputada federal do Partido dos Trabalhadores, eleita no estado do Rio de Janeiro entre 1.995 e 1.999.

Em novembro de 1974, quando se preparava para viajar a Santiago do Chile, foi detida no Aeroporto do Galeão por agentes repressores da ditadura militar brasileira. Graças as intervenções diretas dos ministros Severo Gomes, da Indústria e Comércio, e Mário Henrique Simonsen, da Fazenda, perante o presidente Ernesto Geisel, sua prisão e sessão de “interrogatórios” não durou muito.

Em seus 60 anos de docência Maria da Conceição formou importantes gerações de economistas e de líderes políticos brasileiros tais como José Serra, Carlos Lessa, Edward Amadeo, Aloísio Teixeira, Luciano Coutinho, Luís Gonzaga Beluzzo e João Manoel Cardoso de Melo. Foi alvo de diversas honrarias, distinções e premiações graças ao seu notável trabalho e diversas obras publicadas.

Entre seus últimos trabalhos publicados, alguns em forma de artigo, destacamos os da sua Coluna Lições Contemporâneas, publicados na Folha de São Paulo:

Desnacionalização e vulnerabilidade externa, publicado em 3 de dezembro de 2000, e Integração dos ricos e desintegração dos pobres, publicado em 2 de dezembro de 2001.

 

Principais obras publicadas:

  • Da substituição de importações ao capitalismo financeiro. Rio de Janeiro, Zahar, 1972 (Fazem parte desse livro os artigos: “Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil”; “Notas sobre o problema do financiamento numa economia em desenvolvimento – o caso do Brasil”; “Além da estagnação”; Natureza e contradições do desenvolvimento financeiro recente).
  • Acumulação de capital e industrialização no Brasil. Campinas, Editora da Unicamp, 1986. Republicada em 1998 pelo Instituto de Economia da Unicamp.
  • Ciclo e crise: o movimento recente da industrialização brasileira. Campinas, Instituto de Economia, 1998.
  • Poder e dinheiro. José Luís Fiori (org.) Petrópolis, Vozes, 1997 (Destacam-se seus artigos: A retomada da hegemonia norte-americana e, em coautoria com Luiz Eduardo Melin, pós-escrito 1997: a reafirmação da hegemonia norte-americana).
  • (Des)ajuste global e modernização conservadora. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1993.
  • “Uma reflexão sobre a natureza da inflação contemporânea” (com Luís Gonzaga Beluzzo). In: Rego, José Márcio (org.). Inflação inercial, teorias sobre inflação e o Plano Cruzado. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986.

 

PRÊMIOS E HONRARIAS:

 

Zoneamento Ecológico Econômico no Amapá: Exercício de debates e cidadania

 

Ferramenta institucional do estado cuidadosamente pensada e concebida por uma equipe notável de pesquisadores e pela área técnica da Secretaria de Planejamento, o Zoneamento Ecológico Econômico do Amapá surgiu da necessidade de conciliar desenvolvimento regional com sustentabilidade ambiental, com segurança jurídica e retorno social, dentro das premissas da legislação vigente.

Basicamente, hoje no mundo livre existem dois conceitos, teorias, quando o tema central é biodiversidade, meio ambiente, desenvolvimento sustentável:

O primeiro, é o conceito do preservacionismo, o ato de preservar determinada área, baseado na teoria da intocabilidade. Esta teoria geralmente é aplicada a parques ou florestas compostas por árvores e animais raros, em fase de extinção, tais como o pau-Brasil e a ararinha azul, por exemplo.

O segundo, é o conceito do conservacionismo, o ato de conservar determinada área, baseado na teoria do desenvolvimento sustentável, ou seja, a exploração legal e racional de determinado espaço, de maneira sustentável, com retorno social para a comunidade.

Dois exemplos que vem dando muito certo na Amazônia, com o apoio da Embrapa, são os cultivos do açaí e do cupuaçu.

A ideia central do Zoneamento Ecológico Econômico no Amapá é justamente discutir com a sociedade, com os setores produtivos, lideranças regionais, lideranças parlamentares, enfim, com a municipalidade, quais caminhos seguir, à luz da legislação vigente, dentro da ótica do desenvolvimento sustentável.

Longe de ser uma ferramenta “policialesca” e “engessadora” do desenvolvimento regional o Zoneamento Ecológico Econômico é apenas um instrumento orientador ou norteador daquilo que pode ou não pode ser feito em determinadas áreas, tudo baseado em norma jurídica nacional e até interacional, pois, afinal de contas, muitos desejam a saúde de nosso planeta para as gerações presentes e vindouras.

Aqui, no Estado do Amapá, a realização de audiência pública promovida pela Secretaria de Planejamento, em Macapá, bem como nos municípios de Laranjal do Jari e Amapá, visando engajar e envolver os 16 municípios, sem dúvida alguma que conseguiu evolver a coletividade e promover um bom exercício de escutas e de debates com as mais expressivas lideranças produtivas de cada região.

Particularmente, para mim, o Zoneamento Ecológico Econômico foi um verdadeiro exercício democrático de discussão coletiva entre o poder público e a sociedade civil organizada.

De parabéns, os organizadores do evento!

 

 

A necessidade histórica do estado Palestino

 

Três anos depois do histórico Tribunal de Nuremberg, no dia 14 de maio de 1.948 a Organização das Nações Unidas – ONU cria o Estado de Israel após a deflagração de um forte movimento para a criação deste estado, dentro de área Palestina.

Foi exatamente a partir desta data que surgiu um sério conflito entre palestinos árabes e judeus, conflito que se estende até hoje, com graves consequências, para ambos os lados!

Eis aí senhores da guerra, um grave erro histórico, jurídico, legal e principalmente geográfico!

Se no mesmo ano de 1.948 a ONU também tivesse criado o estado Palestino com certeza muita desgraça teria sido evitada, não surgiria a Organização para Libertação da Palestina, Arafat e hoje, o Hamas!

Se o mundo livre possui uma grande dívida com o povo judeu, por conta das atrocidades do holocausto, obviamente também tem uma dívida imensa e histórica com o povo palestino por conta das atrocidades atuais cometidas pelas forças militares de Israel.

As monstruosidades ultimamente cometidas em Rafah, na Faixa de Gaza, por parte do exército israelense, estão sendo consideradas inaceitáveis pela grande maioria da comunidade mundial.

Em uma atitude histórica, Espanha, Noruega e Irlanda anunciaram publicamente nesta quarta-feira reconhecerem a Palestina como um estado independente, unindo-se assim a uma lista de 142 países, incluindo o Brasil, de reconhecimento pleno e total ao estado palestino.

Aqui no Norte do Brasil, Amazônia, Amapá, muitos torcem pela necessária criação do estado palestino!

Este forte movimento mundial já sinaliza possibilidade de adesão da Inglaterra e França, gesto justíssimo que certamente poderá induzir outros países a fazerem o mesmo.

 

Houvesse a ONU, em 1.948, criado os dois estados, o de Israel e o da Palestina, com delimitação justa de áreas, muitas tragédias teriam sido evitadas, até hoje.

De lembrar que após 24 horas da proclamação de criação do estado de Israel os exércitos do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadem o recém criado território israelense e forçam o povo judeu a resistir e a travar uma guerra. Em 1.967 ocorre a Guerra dos Seis Dias onde Israel novamente se vê envolta em um conflito bélico direto com o Egito, Jordânia e Síria. No dia 06 de outubro de 1.973, de novo, nova tentativa de invasão em território israelense, de parte do Egito e da Síria, em ataque surpresa. Inesperadamente o exército egípcio cruza o canal de Suez e o sírio penetra as colinas de Golan.

Alguns historiadores e diversos pesquisadores defendem que a chamada terra prometida é dos judeus enquanto outros afirmam que de muito os palestinos ali já estavam. Particularmente, volto a afirmar que assunto tão delicado deveria ter sido amplamente discutido e resolvido em 1.948, evitando assim tanto derramamento de sangue e principalmente, de vidas inocentes.

Chega de bombas, chega de mortes!

 

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A ZEE em Laranjal do Jari

 

O Amapá está vivendo um momento ímpar em sua história política e administrativa, justamente, o interessante debate coletivo sobre o seu Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, em forma de audiência pública, programação planejada e cuidadosamente organizada pela Secretaria de Planejamento do Estado do Amapá-Seplan.

 

E tudo isso, é devido graças a tão sonhada regularização das terras do Amapá!

 

Uma velha luta que começou lá atrás, com Capi e Waldez!

 

Se a história um dia perguntar ou cobrar quem foram os grandes protagonistas desta luta, em verdade o historiador ou jornalista não pode ignorar ou negar que foram João Alberto Rodrigues Capiberibe, o Capi, e Waldez Góes, os grandes capitães deste estandarte.

 

Portanto, o momento atual ainda é de comemorações graças também ao empenho geral do governo amapaense, de nosso parlamento, da bancada, dos senadores Randolfe Rodrigues, Davi Alcolumbre, Lucas Barreto, e principalmente do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes.

 

Nesta manhã de quinta-feira, 23, presenciei um fantástico exercício democrático na Quadra Poliesportiva da Escola Mineko Hayashida, em Laranjal do Jari, programação cuidadosamente organizada sob a coordenação geral de Maria Cecília, da Seplan, junto com sua equipe técnica.

 

Lá, naquele espaço cultural de saber, vi setores representativos da sociedade civil organizada exporem ao poder público as suas mais justas aspirações. Produtores, agroextrativistas e sindicalistas expuserem todos os seus anseios, dificuldades, enquanto que o poder público estadual, representado pela Seplan, na pessoa do Secretário Adjunto, Luís Otávio Campos, a tudo ouvia, anotava e respondia, assim como a notável mesa composta por pesquisadores.

 

O momento mais importante da programação foram as observações feitas pelo pesquisador Antônio Cláudio, da Embrapa, Professor Viana, do Iepa, e pelo Professor Jurandir Ross, da USP, com as suas considerações devidas.

 

O Doutor Antônio Cláudio, da Embrapa, fez interessantes observações sobre culturas que poderiam ser implementadas em Laranjal do Jari tais como a do açaí e do cupuaçu, levando-se em consideração a boa fertilidade do solo. Falou da necessidade de se pensar na implementação de um polo moveleiro na região, com o manejo sustentável da floresta, a idade e o tempo certo de corte de uma árvore.

 

O Professor Viana, com muita propriedade, ressaltou a necessidade de implementação de novas tecnologias para a cultura da castanha, tudo culturalmente ainda muito artesanal.

 

O Projeto Jari Celulose utiliza parte considerável de nosso espaço territorial sem agregação de valor ao estado, lucrando com isso, nosso estado vizinho.

 

Sobre a empresa Projeto Jari, na avaliação do Professor Jurandir Ross é necessário que haja um novo modelo de produção empresarial na região destinado à exportação de um produto mais acabado, pronto ao mercado, agregando assim mais valor ao produto final, e, sem esquecer, obviamente, da sua contribuição social para com a municipalidade.

 

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Água, um produto que pagamos e quase não temos!

 

Já vai pra quatro anos ou bem mais a falta de regularidade no fornecimento de água na capital amapaense!

A informação da empresa é sempre a mesma:

Manutenção, ampliação do sistema, etc e tal…

Até quando!?

Em pleno centro da cidade por vezes falta água durante o dia e todo dia falta após as 22 horas.

Estamos voltando aos tempos antigos, de guardar água em camburões ou em baldes grandes para tomar banho, fazer comida, lavar louças, etc…

Tenho conversado com o pessoal do comércio e do ramo de hotelaria, restaurantes, com alguns já tomando providências de instalação imediata de poço artesiano por não suportar mais a absurda falta d’água em pleno centro da cidade.

É uma vergonha absurda a cidade de repente receber gente de outro estado em um hotel e não ter a regularidade normal de água para escovar os dentes e tomar banho!

De noite, no centro da cidade, em casa de dois pavimentos ou em prédio sem caixa d’água a água fica com baixa pressão e não tem força sequer para subir pois somente um pequeno “filete” timidamente se apresenta nas torneiras, e muitas das vezes nem isso!

E olha que ainda estamos longe de chegarmos a um milhão de habitantes com previsão estatística para tal em 2030.

Do ponto de vista legal é correto uma empresa não fornecer regularidade de água a seus consumidores por anos seguidos, privando-os de um produto que regularmente pagam?

De lembrar que a Companhia de Água e Esgoto do Amapá-CAESA foi criada no governo de Ivanhoé Gonçalves Martins, nos anos 70, para extrair água de um dos maiores rios do mundo, o rio Amazonas, que banha toda a frente da cidade de Macapá, e distribuí-la a população macapaense.

Atualmente, o que nos falta para eliminar esta já ABSURDA falta d’água em Macapá e no centro da cidade?

Caixas d’água para obviamente cumprir a sua função técnica de armazenar água e distribuir o produto aos usuários quando houver necessidade de realização de manutenção em uma rede?

Nos parece que falta um bom planejamento neste velho “perrengue” de absurda falta d’água em Macapá, a capital do meio do mundo banhada pelo majestoso rio Amazonas e cortada pela linha imaginária do Equador onde se dança o Marabaixo e tem batuque na UNA até o sol raiar…

 

Seplan discute janelas de oportunidades para o desenvolvimento do Amapá

 

Nesta sexta-feira, 10 de maio, ocorreu um dia de significativo encontro do corpo de servidores da Seplan na Fábrica de Sonhos, ocasião em que inicialmente foi realizada uma grande homenagem às mães presentes.

Como grande aglutinador natural que é, o Secretário de Estado do Planejamento do Amapá, Lucas Abrahão, conseguiu reunir no salão de eventos toda a área técnica da secretaria.

Por momentos a gente chegou a se ver naquele jovem entusiasta e idealista que de bate-pronto logo nos deu uma “sacudidela” e contagiou a todos com sua enfática retórica em defesa do Estado do Amapá.

Por diversas vezes reiterou e nos levou a uma profunda reflexão sobre o que realmente queremos, qual Amapá queremos, justamente, aquele momento ímpar de pensar e planejar o aqui e agora, agarrar as oportunidades, ladeados pela nossa atual força e hegemonia política a fim de transformar nossos velhos sonhos em realidade nas áreas de logística, turismo, energia, produção, legislação, infraestrutura, e por aí vai…

Os problemas, alguns deles, já são bem velhos, e todos bem o sabemos…

O grande desafio, agora, consiste em desafiar tais desafios, e suplantá-los!

O jovem Secretário me lembra o nosso querido e genial Raul Seixas:

“Sonho que se sonha só é só um sonho e sonho que se sonha junto é realidade”!

Falou das nossas carências e dos importantes projetos que devem ser concretizados tais como a necessária dotação de infraestrutura para o porto de Santana, por exemplo, e deu uma geral sobre a nossa questão de logística.

E realmente, é preocupante e absurdo o fato dos castanheiros de Laranjal do Jari, por uma questão de sobrevivência, venderem o seu produto na região ao preço irrisório de três reais enquanto que no supermercado custa cerca de sessenta reais e no exterior bem mais que isso!

Como bem colocou nosso jovem secretário Lucas Abrahão, pensar é preciso, e  mudar é mais que necessário!

Tudo é uma questão da união de todos para mudar o que for necessário mudar e transformar o que for necessário transformar!

 

Nós tucujus e a CNDR

 

Era o ano de 2013, governo Dilma Roussef, e lá estavam presentes em Brasília 443 delegados e delegadas de todas as regiões do país para participarem da I Conferência Nacional do Desenvolvimento Regional, a I CNDR, evento que se desenvolveu em uma semana de programação no período de 18 a 22 de março de 2013 no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21.

 

Eu e o velho amigo de trabalho Álvaro, da Seplan, fomos indicados com muita honra para representar o Amapá e a Seplan como delegados neste importante evento, evento que começou aqui mesmo no Amapá, no período de 20 a 22 de setembro de 2012, em sua etapa inicial regional. Depois, foi logo realizada a etapa macrorregional Norte, em Belém do Pará, no auditório da SUDAM, no período de 29 a 31 de outubro de 2012. Nesta ocasião fomos escolhidos por Mestres, Professores Doutores, PHD’s para a Relatoria do Eixo Temático Financiamento do Desenvolvimento Regional.

 

Finalmente chegando à etapa nacional tanto nortistas como nordestinos logo observaram, por exemplo, o peso da articulação sulista. Nos bastidores eles já articulavam votos com suas poderosas delegações para que a grande maioria possível de suas propostas prevalecessem.

 

Neste momento crucial fizemos uma grande reunião reservada no Hotel Nacional, local onde ficamos hospedados, conseguindo unir Norte e Nordeste numa frente única!

 

No final, deu tudo muitíssimo certo!

 

Conseguimos com uma união histórica de nortistas e nordestinos propor e democraticamente aprovar, NO VOTO, excelentes propostas de interesse regional não só para o Amapá como também para a Amazônia e para o Nordeste.

 

No documento histórico intitulado Caderno de Propostas da CNDR, Guia do Participante, particularmente conseguimos aprovar, por exemplo, importante proposta norteadora, e bem votada, a Proposta 2.23: Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, página 63:

 

“Criar conselho gestor permanente, composto pelo poder público, empreendedores, e sociedade civil, para acompanhamento, avaliação e controle dos investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR)”.

 

O colega Manoel Álvaro também foi muito bem sucedido em suas articulações e conseguiu aprovar a Proposta 2.54: Compensações pela exploração de recursos naturais e geração de energia, página 67 do Caderno de Propostas da CNDR, Guia do Participante:

 

“Definir política de compensações financeiras e sociais, vinculada à PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional), pela exploração econômica dos recursos naturais e pela geração de energia, exigindo investimentos proporcionais para grandes projetos, de modo a beneficiar a população local com o desenvolvimento sustentável, inclusive por meio de descontos sobre o valor da tarifa de energia elétrica para os consumidores estabelecidos em estados produtores de energia”.

 

Colegas de luta como Aderlan e Henrique também muito se empenharam na CNDR, sendo o primeiro em defesa das escolas família agrícola e o segundo como importante ator na construção da Carta da CNDR.

 

Quando hoje muito se fala em fundo de desenvolvimento regional não podemos esquecer dos delegados envolvidos neste processo, em 2013, na CNDR em Brasilia!

 

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