Coluna Esplanada

Lula freia o PT

 

Lula da Silva desembarcou em Brasília para acalmar os ânimos dos petistas que querem voltar com sede ao pote de água benta da Esplanada dos Ministérios. Das hostes à cúpula, O PT, ainda encantado com o retorno ao Poder, está ansioso para ocupar espaços que já comandou. Mas o presidente eleito entendeu o recado das urnas e sabe pisar em território ainda hostil: Lula não volta ao Palácio com a força de antes, praticamente apenas metade do País o elegeu, e os aliados e adversários sabem disso. O Barba pisa em ovos para não criar crises antes da posse. Por isso freou os anseios do PT e abriu espaço generoso para os partidos da coalizão, inclusive no comando da Transição, ao escolher Geraldo Alckmin (PSB) para ser o gestor. Experiente e esperto, Lula avisou ontem aos presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que terá um governo para todos – um recado claro para o PT não se sentir hegemônico.

 

Virou em 5

O presidente Jair Bolsonaro (PL) virou a votação contra Lula da Silva (PT) em apenas cinco municípios da Região Nordeste, em relação ao 1º turno: Paripueira, Jequiá da Praia, Flexeiras, Novo Lino e Satuba deram mais votos ao Capitão na segunda fase da eleição. E só. O levantamento foi realizado pela Agência Tatu. Em média, 70% dos votos da região foram para Lula, a exemplo do 1º turno.

 

Limpando a sala

Todo ano de eleição presidencial, o CCBB deixa reservada a área para a equipe de transição e não usa as salas do 1º andar para apoio. Quem reparou foi um integrante da nova leva do Governo: a confiança na vitória de Bolsonaro era tanta que a turma deixou as salas ocupadas com material das exposições – e foi uma correria para realocar centenas de caixas, móveis, e abrir espaço para as mesas do Grupo de Transição. A assessoria do CCBB não comenta, mas garante que manteve as exposições.

 

Animais na transição

Um grupo formado por mais de 80 organizações que atuam na agenda animalista se articula junto a representantes do novo Governo eleito para a criação, a partir de 2023, do Conselho Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos Animais no âmbito da Esplanada. Além disso, essas organizações – entre elas, a Alianima – pleiteiam a realização de Conferências Nacionais de Proteção e Defesa dos Direitos Animais.

 

Secura no Brasil

Dados da Agência Nacional das Águas, em parceria com o Map Biomas e Institutos Internacionais de Meteorologia, apontam que o Brasil ficou mais seco em 42% do seu território, área que corresponde a parte das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Por outro lado, cerca de 25% do território brasileiro estão mais úmidos, com as chuvas mais intensas e frequentes no Norte da Amazônia e na região Sul. Os dados foram levados por cientistas à COP 27, no Egito.

 

Nos trilho$

A alemã Deutsche Bahn (DB), maior empresa de logística ferroviária do mundo, vai administrar por 15 anos os 2 mil km de linha férrea num complexo que ligará o Cairo, Alexandria e a cidade administrativa do Canal de Suez com trens de alta velocidade, o intercidade e os de cargas. Num contrato assinado anteontem no valor de um bilhão de euros. O brasileiro Gustavo Gardini é um dos membros da empresa. Ele é o diretor de parcerias globais estratégicas e investimentos sustentáveis da empresa.

 

ESPLANADEIRA

#  Rodadas de negócios da CNI movimentaram mais de R$ 1 milhão em 2022. # Pessoa & Pessoa Advogados lança e-book gratuito sobre contestação do Fator Acidentário de Prevenção na Receita. # Tartaglia Arte abre hoje exposições “Tudo Mais Entre Nós” e “20 Anos”, no Centro Cultural Correios RJ. # Anna Persia lança livro “Conforto e Educação – Conforto Ambiental para além do esperado”. # Redesign Consultoria fecha parceria com UiPath. # Editora Pingo de Luz lança livro “Por Todas as Gerações que Estão Por Vir: Severn Cullis-Suzuki”.

 

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Aperta e confirma

 

O relatório de auditoria das Forças Armadas sobre os sistema eletrônico de votação do Brasil (auditoria das urnas), que será divulgado hoje, vai trazer a confirmação da vitória de Lula da Silva, para desespero de Bolsonaro. O Exército não comprou a briga do capitão com o TSE, e não vai contestar o resultado. Mas, para afagar o chefe, o report pode indicar inconsistências no modelo e abrir brecha para questionamentos. Nada que vai mudar o resultado da eleição. Aliás, Bolsonaro foi eleito sete vezes deputado federal pelo Rio de Janeiro por votos na urna eletrônica, e nunca a questionou.

 

31 ministérios

Não há mais dúvida desde ontem de que o presidente eleito, Lula da Silva (PT), vai expandir o inquilinato da Esplanada dos Ministérios a partir de janeiro. Os atuais 22 ministérios da curta Era Jair Bolsonaro devem passar para, pelo menos, 31 no Governo do Barba – como Lula é chamado entre portas por potenciais ministros. O número de pastas ficou evidente na lista de grupos temáticos divulgada nesta terça-feira pelo Grupo de Transição de Governo. Entre as futuras pastas, figura a de Cidades, Infraestrutura, Trabalho, Pesca e Igualdade Racial, entre outras, que deverão ser recriadas na nova gestão. Temas caros para os programas sócio-desenvolvimentistas do projeto de Lula. Coordenador dos grupos temáticos, o ex-senador Aloizio Mercadante desponta como potencial chefe da Casa Civil do Palácio sob o poder do PT.

 

Cabidão oficial

A transição contará com 50 cargos sob coordenação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Os selecionados terão salários que variam de R$ 2.701,46 a R$ 17.327,65. O gabinete será desativado no dia 10 de janeiro. A sede da transição será no Centro Cultural Banco do Brasil. Por parte do Governo Bolsonaro, o coordenador será o chefe da Casa Civil do Palácio, Ciro Nogueira. Pelo menos 12 partidos da coalizão da campanha de Lula nomearam membros para o Conselho de Transição.

 

Caneta na mão

Fim de governo e seus protagonistas vão usando a caneta para ajeitar a vida de amigos e familiares. Elizabeth Nunes Guedes, irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi nomeada para o Conselho Nacional de Educação, subordinado ao Ministério. Não bastasse ser a irmã do ministro, ela é gerente de uma associação de faculdades particulares. Elizabeth vai compor o conselho de educação superior, justamente o órgão no Governo que…autoriza ou recusa a abertura de novas faculdades.

 

Abraço eco

O presidente Bolsonaro não participa da COP 27, a conferência do clima no Egito, mas isso não impediu de o corpo diplomático e representantes das ONGs que atuam no Brasil se afinarem em simpatia. Antonio Patriota, embaixador do Brasil no Egito e Eritreia, encontrou com Fernanda Lopes, diretora-executiva do Instituto Baobá, e se deram um abraço apertado (veja foto no site da Coluna). É um indicativo de como serão as relações sob novos ares a partir de 2023, com valorização do meio ambiente.

 

Sua mesa

O preço das principais matérias-primas agrícolas é monitorado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). O trigo teve queda de 10,4% em setembro de 2022, porém ainda registra alta de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2021. O óleo de soja tem sido um dos vilões da mesa dos brasileiros. Segundo a ABIA, os preços do óleo tiveram alta de 12,6% em relação a setembro de 2021. O alto preço do leite (+ 27,9% em relação a setembro de 2021) também se destaca.

 

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Fator ambiental

 

A ex-ministra Marina Silva é a aposta do staff do presidente eleito, Lula da Silva (PT), para retornar ao Ministério do Meio Ambiente. Com um desafio imenso na Amazônia: acabar com garimpo, com desmate de madeireiros e pecuaristas, com a biopirataria etc. No front pela floresta, além da possível criação de uma universidade da biodiversidade, estima-se a volta do Programa Bolsa Verde, um auxílio mensal como bônus para ribeirinhos e lavradores manterem a floresta em pé. Lula deu a dica no discurso da vitória domingo passado. Marina terá a ajuda do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que tem estudado o tema meio ambiente & agro. Ele, a potencial ministra e o presidente eleito serão o trio que representará o Brasil no cenário internacional sobre o tema, para recuperar a imagem do Brasil no exterior.

 

Deu Cacique Barba

A política desastrosa do presidente Bolsonaro na Fundação Nacional do Índio, cuja gestão de um delegado federal não recebe lideranças para diálogo e virou uma “portinha” no Governo, reverberou nas aldeias nos rincões do Brasil. Na Terra Indígena Urubu Branco, no Mato Grosso, só para um exemplo, Bolsonaro não teve um voto sequer no 2º turno. Foram 383 votos para Lula, e 1 nulo.

 

O Zero Um

É consenso no clã que o senador carioca Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é natural herdeiro do pai, do bolsonarismo, e potencial candidato a presidente da República em 2026. Hoje, é o único nome de direita, que tem bom trânsito suprapartidário no Congresso, e perfil mais conciliador – ao contrário do presidente. Há oposição entre aliados. Para estes, Jair Bolsonaro ainda é o nome para a próxima eleição. Mostrou que tem espólio eleitoral forte. Claro, se tiver caminho livre para a candidatura, sem problemas com a Justiça.

 

Vaga de Zanin

Não é dúvida para ninguém no metiê próximo de Lula da Silva que a primeira vaga aberta no Supremo Tribunal Federal, em maio, com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, será para Cristiano Zanin, o seu advogado. Lula repetirá o ato que levou Antonio Dias Toffoli ao Poder.

 

Fora de cena

Atores que fizeram fama na TV e nas redes sociais tentaram, mas viram que curtidas não se convertem em votos. A global Lucélia Santos (PSB-RJ) disputou para deputada federal e obteve insuficientes 10.867 votos. Gustavo Mendes (PT-MG), o que imita Dilma Rousseff na internet, também tentou a Câmara e obteve só 18.634 votos.

 

Jogos da Transição

O PL de Valdemar da Costa Neto deve retomar o Ministério dos Transportes no Governo Lula. Simone Tebet deve assumir a Agricultura. O Republicanos será chamado na transição. O partido negociava com Bolsonaro a recriação do Ministério do Esporte, que comandou sob Dilma e Temer. Leva a pauta ao PT, e oferece a bancada no Congresso.

 

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Jair na ilha

 

Apeado do Palácio da Alvorada por voto popular, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não decidiu seu destino no dia 1º de Janeiro. Há opções de sobra, entre elas a casa onde residia num condomínio da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro – porém não recomendada pela segurança para um ex-chefe de nação. Especula-se o aluguel de mansão no Lago Sul em Brasília. Mas os mais próximos dizem que Bolsonaro vai submergir (literalmente) e pescar na praia: morar por uns meses numa ilha de um amigo recém-adquirida em Angra dos Reis, onde terá mais segurança e a privacidade necessárias. Politicamente, ele quer participar como conselheiro do governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, onde poderá ter a vitrine para manter o espírito bolsonarista aloprado que nasceu na sua gestão. Há quem o aconselhe a fundar partido para chamar de seu – o que tentou sem sucesso antes da candidatura à reeleição. Tempo para isso Bolsonaro terá. E muito dinheiro de amigos, idem.

 

O agro ara

O agro não é só bolsonarista. “Parte importante do agronegócio não se sentiu representada pelas lideranças de entidades que se contaminaram pelo discurso ideológico e se desviaram do pragmatismo que caracteriza o setor. É hora de retomar o caminho da razão”. Quem descreve o cenário é o advogado Fernando Tibúrcio, que acompanha o agro. Segundo ele, o Brasil precisa associar a inevitável expansão das lavouras à preservação do meio ambiente e à preservação do ambiente de negócios.

 

A ficha caiu

Bolsonaro viu o fim de seu governo no domingo à noite, quando precisou conversar com o ministro Paulo Guedes, e este pediu-lhe para ir à Granja do Torto. O presidente viajou 36 km de ida e volta para ver o subordinado. Este episódio lembrou o último voo de helicóptero de Fernando Collor após a renúncia do Palácio: ele pediu, e o piloto não quis sobrevoar uma escola que Collor construiu e desejava ver.

 

Zema & Neto

Inconsolável com a derrota, Bolsonaro tem criticado o comportamento dos candidatos aos Governos da Bahia e Minas Gerais, ACM Neto (UB) e Romeu Zema (Novo), respectivamente. Acha que teria virado o resultado se Zema e Neto tivessem lhe apoiado já no 1º turno. Zema cuidou de si e só no 2º turno esbravejou contra o PT. Neto ficou em cima do muro nos dois turnos – e também perdeu a eleição.

 

Vem retaliação aí

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, vai acionar na Justiça dois desafetos e avalia com advogados pedir a impugnação da eleição do governador Paulo Dantas e do senador Renan Filho, ambos do MDB. Na madrugada da última segunda-feira (1º), a dupla eleita subiu num trio elétrico e foi parar na frente do prédio de JHC, provocando e ofendendo o prefeito, adversário de ambos. Seu filho bebê não dormiu.

 

Dupla perdida

Se quiserem algo do presidente eleito Lula da Silva, os irmãos Jorge e Tião Viana, ex-senadores e nomes fortes do PT no Acre, vão ficar chorando na antessala do Palácio. O petista conseguiu só 29,7% dos votos no 2º turno no Estado do Norte, ante inesperados 70,3% de Bolsonaro. O PT teve baque com a debandada de ‘marinistas’, quando Marina deixou a legenda. Agora, a silga se acabou com a falta de tato dos irmãos.

 

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A transição do Centrão

 

Nem começou a transição e caciques de dois partidos aliados do Governo de Jair Bolsonaro (PL) já indicaram para o presidente eleito, Lula da Silva (PT), que estão à disposição com suas bancadas pela governabilidade. A fatura é discreta, por ora. O Republicanos, que negociava com Bolsonaro a recriação do Ministério dos Esportes – que comandou nos Governos Dilma e Temer – almeja retomar o controle da pasta. E o PL de Valdemar da Costa Neto – isso mesmo, o partido do atual presidente – sonha em voltar ao mando do DNIT e do Ministério dos Transportes. O partido, que já se chamou PR, desfilou na Esplanada desde o 1º Governo Lula com nomes como Anderson Adauto e Alfredo Nascimento. Mas quem sempre mandou, de fato, foi Valdemar, que agora orbita o metiê de Lula discretamente.

 

Pé na e$trada

Mal assumiu a concessão da conhecida BR-116, a Rio-Bahia, o Grupo Eco Rodovias, através da EcoMinas, começou a mapear pontos da estrada onde vai instalar radares para o DNIT e suas praças de pedágio. Sem mexer um metro de reforma ou manutenção da rodovia. O edital, evidentemente, prevê melhorias a longo prazo. Mas a facada no bolso do motorista será imediata.

Vista grossa

O bloqueio de estradas Brasil adentro é só um dos problemas que o setor enfrenta. A fiscalização nas rodovias pelo Governo está frouxa há um ano. A ANTT teve a chance ontem de revogar a famigerada Súmula 11, que tirou poderes dos fiscais de apreensão de veículos irregulares em flagrante e restringiu o conceito de transporte clandestino. A súmula vigoraria só por três meses e ficou na pista. O diretor da agência, Rafael Vitale, marcou para dia 17 a decisão, e os fiscais continuam de mãos atadas.

 

Alerta cresce

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa revelam que as emissões brutas causadas por desmatamento no Brasil cresceram 20% entre 2020 e 2021. O desmate na Amazônia é o principal vetor para o aumento, responsável por 77% das emissões. Dados do INPE apontam que de 1º a 31 de outubro foram registrados 13.911 focos de queimadas na Amazônia, aumento de 20,4% em relação ao mesmo mês de 2021.

 

Povo no chão

As companhias se gabam no sistema de som de respeitar horários. Um levantamento da plataforma AirHelp mostra que 134,7 mil passageiros foram afetados por cancelamentos de voos nos aeroportos em setembro. Os passageiros prejudicados por atrasos superiores a 4 horas foram 15.163 mil. As companhias aéreas brasileiras (em especial GOL, Latam e Azul) transportaram 6,3 milhões de passageiros no mesmo período de 2022.

 

Povo no vermelho!

Pelo 9º mês consecutivo a inadimplência aumentou no País, chegando em setembro à marca de 68,39 milhões de pessoas com o nome negativado, segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, da Serasa. A soma de todas as dívidas passou de R$ 295 bilhões. O valor médio da dívida de cada inadimplente está em R$ 4,3 mil.  A Serasa lançou seu Feirão Limpa Nome para negociar desconto até dia 5 de dezembro.

 

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Gestão Alckmin, Lula rei

 

O presidente da República será Lula da Silva (PT), em seu 3º mandato, mas quem vai tocar o dia-a-dia do Governo será Geraldo Alckmin (PSB). A “mão na massa” desta vez caberá ao vice, incumbido pelo futuro chefe da nação de segurar a administração da gestão. Tanto será que Lula já elencou Alckmin para comandar a transição de Governo. O petista quer viajar o Brasil em nova caravana, como já fez quando assumiu o 1º mandato em 2003, e trabalhar os programas sociais para erradicar a fome. Vai rodar o mundo, também, para tentar limpar sua biografia após os processos judiciais e levar o discurso de que o Brasil vai atuar forte para preservar o meio ambiente, a despeito do crescimento do agronegócio e da mineração que impulsionam as exportações.

 

Lula & Camarão

O presidente eleito Lula da Silva (PT) e a futura primeira-dama Rosângela (Janja) estão curtindo uma bela praia deserta no sul da Bahia. O casal chegou de jatinho no aeroporto do condomínio Terravista, em Trancoso, e seguiu de carro até a Ponta do Camarão, praia do vilarejo de Caraíva, distrito de Porto Seguro. Estão hospedados na casa de um político aliado. Há uma breve agenda do casal fora da propriedade para visitar amigos.

 

Empregos em alta

Em setembro foram criadas mais de 278 mil novas vagas de emprego no Brasil, em especial nas micro e pequenas empresas – responsáveis por 192 mil vagas, segundo análise de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elas correspondem a 69,2% do total de contratações. No acumulado de 2022, o Brasil supera a marca de 2,1 milhões de empregos gerados.

 

Mesários

A Justiça Eleitoral tem um desafio para as eleições municipais de 2026. Cartórios eleitorais têm registrado forte demanda para descadastramento de voluntários para mesários. Hoje, o Brasil conta com quase 1,8 milhão de mesários nomeados, que atuaram nas seções eleitorais desde dia 2 de outubro. Desse total, 48% (praticamente metade) apenas são voluntários, o que deixa a perspectiva mais desafiadora.

 

Turbulência na ilha

A ANAC avisou com antecedência às companhias aéreas que operam no aeroporto de Fernando de Noronha da proibição do pouso de aviões a jato a partir de 12 de outubro, para reforma da pista. GOL e Azul não atentaram para isso a tempo – o que causou a retenção de muitos passageiros no arquipélago. As empresas não têm aviões turbo-hélices para redirecionar de outras rotas sem atrapalhar suas malhas. Centenas ficaram mais dias na ilha, com gastos extras de alimentação e hospedagem caras. Só dias atrás a situação se normalizou com aviões ATRs das empresas na pista. Na Azul, moradores passaram a ter três assentos em cada um dos seis voos diários, como prioridade.

 

Guinada à direita

Lula da Silva terá um grande desafio junto ao Congresso Nacional a partir de janeiro. O perfil da nova Legislatura, na Câmara dos Deputados e no Senado, embora não dominantemente bolsonarista, é de centro-direita em sua grande maioria. A esquerda elegeu 124 deputados (incluindo a federação encabeçada pelo PT, com 79). Outros 235 são do “centrão” com perfil mais conservador. E o restante (154 deputados) orbita entre o centro e a direita. Dos senadores, dois terços são da centro-direita.

 

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Casa, salário e advogados

 

Jair Bolsonaro cuidou de seu futuro. Como revelou a Coluna ontem em sua versão online, na reunião que teve com o ‘dono’ do PL, seu partido, Valdemar da Costa Neto, ele tratou de se blindar a partir de janeiro. E só então se pronunciou à nação no Alvorada. Segundo fontes do Governo, a blindagem caberá a Valdemar através do PL. O partido deve dar garantias a Bolsonaro a partir de 1º de janeiro, como uma casa alugada no Lago Sul em Brasília, um pagamento mensal como conselheiro do partido e defesa jurídica, disponibilizando uma conhecida banca advocatícia da capital para cuidar dos atuais 58 processos que ele responde no STF, e os quais devem “descer” para a 1ª instância. Bolsonaro não tem onde morar em Brasília, se quiser ficar na capital. Mas tem outros destinos os quais a família sugere, a fim de submergir por alguns meses.

 

Poderoso Renan

Renan Calheiros terá em primeira mão a radiografia do novo governo em tempo real. Seu apadrinhado no Tribunal de Contas da União, ministro Bruno Dantas, sugeriu e o PT topou a criação de inédita comissão de acompanhamento do governo de transição. Renan, que não vai ficar de fora da gestão Lula, saberá antes quem é quem na futura administração. E poderá negociar os ministérios e cargos que deseja. Com um trunfo forte: ele elegeu o filho senador, e Paulo Dantas para o Governo de Alagoas.

 

PM na pista

O Brasil tem cerca de 13 mil agentes da Polícia Rodoviária Federal, e destes, 12 mil são filiados à FenaPRF – que está rachada. A corporação está rachada, como um todo. Entre policiais bolsonaristas, lenientes com os bloqueios dos caminhoneiros, e os apartidários, que pedem solução à direção. Bolsonaro perdeu a oportunidade ontem de pacificar o País e mandar seus seguidores aloprados desbloquearem as estradas. Agora, só o cassetete das polícias militares deverá resolver.

 

Festa dos grileiros

Causou surpresa entre advogados – até defensores de sem-terra e sem-teto – a decisão monocrática do ministro do STF Luís Roberto Barroso para que os tribunais de Justiça dos Estados criem comissões de conflitos fundiários para auxiliar na decisão dos magistrados sobre ocupações de terras, irregulares ou não. A decisão pode prejudicar proprietários de terras em centenas de processos no País com a já conhecida procrastinação por parte da defesa de invasores. Prevê até a análise pelo conselho de decisões de 1ª instância que determinem o despejo. Grileiros comemoram.

Outra do Freitas

O deputado estadual eleito pelo PT do Paraná Renato Freitas aprontou mais uma. Atacou em suas redes sociais, classificando como fascistas, crianças do conhecido Colégio Marista, de Curitiba, pelo simples fato de se manifestarem em prol de Bolsonaro no intervalo das aulas na última segunda-feira. No pátio, havia também bandeiras do PT e coleguinhas pró-Lula. Freitas é o vereador que retomou o mandato numa canetada do ministro Barroso (STF), alegando que foi vítima de racismo institucional na cassação pela Câmara da capital. Balela. Ele invadiu uma missa numa igreja católica, fez baderna e desrespeitou o culto, o padre e os fiéis.

 

Plano$ de $aúde

O conselheiro Mário Goulart Maia, do Conselho Nacional de Justiça, fará duras críticas à fiscalização do Governo e às operadoras de planos de saúde no I Congresso do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde, em São Paulo, dias 17 e 18. Para ele, o aumento de processos relacionados à cobertura médica se deve, em boa parte, ao descumprimento de contratos por operadoras e também pela fraca atuação da agência nacional de saúde diante de abusos dos planos.

 

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Centrão pula fora

 

O Progressistas e o PL, que desfilaram aliados do Governo pela Praça dos Três Poderes por quatro anos, começaram a se despedir do atual inquilino do Palácio do Planalto sem constrangimento, com sinais verbais emitidos por expoentes. Primeiro a cumprimentar o presidente eleito Lula da Silva (PT), o bolsonarista (por ora) Arthur Lira deu indicativo de que pretende se sentar com a bancada do PT pela sua reeleição em fevereiro. Do Palácio, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, nem esperou um silencioso presidente Jair Bolsonaro reconhecer a derrota, e já avisou que vai tocar o grupo da transição para a volta da administração do PT. E dono do PL, partido ao qual Bolsonaro se filiou para disputar a reeleição, avisou a Lula que está esperando um sinal de apoio para colocar à disposição sua forte bancada de 99 deputados federais eleitos. Seria questão de pouco tempo o rompimento de Valdemar e Bolsonaro. O presidente cobrou fidelidade do cacique, que elegeu uma bancada “valdemariana”, e não bolsonarista.

 

UniBiodiversidade

Um dos mais renomados cientistas brasileiros, Carlos Nobre se aliou a ambientalistas que desejam fundar a Universidade da Amazônia, com um grande e bem equipado centro de pesquisas da rica biodiversidade. O campus seria no coração do Amazonas. Lula da Silva, o presidente eleito, pode topar a ideia. Está nos planos da potencial futura ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

 

Drible no STF

Com desenvoltura de um médico, Flávio Gomes Camacho discursou semana passada em audiência pública no STF em defesa de faculdades que abrem cursos de medicina por força de liminar. Encerrada a sessão, descobriu-se que nunca vestiu um jaleco: é engenheiro, sem qualquer entendimento com o assunto, e que fundou dia 12 de setembro, um mês antes da sessão, a “Sociedade Brasileira de Epidemiologia”.

 

Michelle ao Senado

As aparições da primeira-dama Michelle Bolsonaro em agendas descoladas do marido foram ensaio para 2026. E ela se saiu bem. Com a derrota de Bolsonaro e livre das amarras da lei eleitoral, Michelle deve ser candidata ao Senado pelo DF e pode fazer dobradinha com Damares Alves daqui a quatro anos. Resta saber se o bolsonarismo resiste até lá.

 

Abraço dos afogados

A autofagia da esquerda para criar uma chapa viável ao Governo de São Paulo vitimou o PT e o PSB. Enquanto se digladiavam para decidir quem seria o candidato, Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) não viram o crescimento silencioso do ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) entre prefeitos e na ala tucana que não queria nenhum dos dois da centro-esquerda no Palácio Bandeirantes. O PT rifou França (que ainda perdeu o Senado), ex-governador que tinha mais chances que Haddad.

 

32 milhões

O apoio do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e a consolidação do voto no interior paulista ajudaram o presidente Bolsonaro, mas não o suficiente para ser reeleito. Ele obteve 7 milhões a mais de votos em relação ao 1° turno. Lula conseguiu mais 3 milhões, o que rendeu a vitória. Fica o desafio para o TSE de descobrir quem são os 32 milhões de eleitores que, de novo, não foram às urnas. São pessoas que já morreram? É a turma abaixo dos 18 ou acima dos 65 anos que não tem obrigação de votar?

 

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Novos consórcios

 

O Brasil assistirá a uma nova leva de partidos que querem se unir para colar no presidente eleito e assaltar o governo sem constrangimentos, como em outras gestões. Descerrada a cortina dos bastidores, muda-se a roupagem nas cores e siglas, e surgem velhos conhecidos. Os dirigentes do PROS e do Solidariedade negociam a fusão, e houve primeira reunião há duas semanas em São Paulo. Paulinho da Força se sobrepõe à mesa como o futuro presidente. Não satisfeitos com a potência que se tornou o União Brasil, Luciano Bivar (ex-PSL) e ACM Neto (ex-DEM) avançam nas tratativas com o Progressistas para criarem o maior partido do Brasil. O antigo PP é capitaneado por Ciro Nogueira, hoje chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), e tem Arthur Lira, presidente da Câmara que almeja a  reeleição um timoneiro nas negociações. A futura sigla desta nova fusão será governista. E o MDB, com fundos garantidos, é o de sempre: também estará na Esplanada.

 

Canetadas judiciais

É preciso falar da atuação de ministros do STF. Luís Roberto Barroso retirou a PF das zonas eleitorais (ordem de ficar a 100 m das urnas), e isso prejudicou abordagem de flagrantes de boca de urna. Depois liberou o transporte gratuito na eleição, e abriu brecha para políticos (petistas e bolsonaristas) pagarem condução ilegal de eleitores. Ao proibir a atuação da Polícia Rodoviária Federal contra as supostas conduções ilegais, o ministro Alexandre de Moraes jogou os agentes no fogo da suspeita de que atuaram como bolsonaristas na estrada. Uma confusão das canetadas judiciais.

 

As 180 estaduais

Uma radiografia por gênero das Assembleias Legislativas: Foram eleitos 1.029 deputados estaduais – somente 180 são mulheres. Os Estados que mais elegeram homens para as Assembleias são São Paulo (69), Minas Gerais (62) e, empatados com 55 parlamentares, Bahia e Rio de Janeiro. São Paulo (25) é o que terá maior representação feminina na ALESP, seguido por Minas e Rio de Janeiro com 15, cada. Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (2), Acre (3), Santa Catarina (3) e Tocantins (3) são os que menos elegeram deputadas estaduais.

 

Jogos à mesa

O presidente Bolsonaro já deu aval aos governistas para tocarem a pauta dos jogos de azar no Senado, onde avança PL já aprovado na Câmara, que libera bingos, cassinos e afins. E por que segurou? Medo da reação dos evangélicos na eleição. A regulamentação das apostas esportivas online, por exemplo, não saiu por articulação do deputado Marco Feliciano (PL-SP), que capitaneou esse bloqueio para que o chefe não perdesse votos. O esboço da regulamentação está pronto na subchefia da Casa Civil.

 

Energia chinesa

O Brasil abre as comportas para o governo da China no setor. A ANEEL acaba de renovar até 2047 as licenças das UHEs Jupiá (MS) e Ilha Solteira (maior do Estado de SP), propriedades da China Three Gorges Corporation (CTG), dona da maior hidrelétrica do mundo na Ásia. Os chineses chegaram ao setor no Brasil em 2013 e hoje só perdem para Itaipu na capacidade de geração: A CTG gera 8,3 GW em 17 hidrelétricas e 11 parques eólicos no Brasil, ante 14 GW da binacional.

Desafio dos lixões

A ONU comemora hoje o Dia Mundial das Cidades. Estudo da organização International Solid Waste Association aponta que o mundo vai gerar 3,4 bilhões de toneladas de resíduos por ano até 2050, um aumento de 70%. Esse assunto é uma ferida literalmente aberta no Brasil, onde centenas de cidades ainda expõem seus lixões nas periferias, em lugar de aterros sanitários conforme determinou a lei de resíduos sólidos. O Programa Nacional Lixão Zero registra 809 lixões a céu aberto fechados mas ainda existem 2,4 mil espalhados pelo País, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

 

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Minas, Bahia e SP

 

As campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT) investiram pesado nesta semana na busca por votos em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do Brasil. E escalaram seus vices para isso. A agenda foi intensa para Geraldo Alckmin e o Braga Netto, que rodaram por cidades-pólo. Minas tradicionalmente é um estado de baixa abstenção de votos e um termômetro, há anos, para indicar o vitorioso nas urnas. Na Bahia, quarto maior colégio, Bolsonaro tentou uma aproximação com ACM Neto – que precisa virar também – sem sucesso. Enquanto em São Paulo o PT não acredita na virada diante de um voto forte em Bolsonaro e Tarcísio vindo do interior do Estado.

 

Vai dar B.O.

Quem acompanha o dia-a-dia do Palácio do Planalto entre portas crava que será questão de meses o rompimento de Valdemar da Costa Neto, dono do PL, e Jair Bolsonaro – seja reeleito ou não. O presidente cobra fidelidade do cacique, que elegeu uma forte bancada “valdemariana”, e não bolsonarista como ele previa num acordo. Debatem agora pelo controle dos fundos partidário e eleitoral.

 

Primeira fusão

A tragicomédia Jeffersiana de domingo acelerou a fusão do PTB, que ele já controlou e perdeu para “aliados”, com o Patriota, partidos que não atingiram a cota de votos e caíram na cláusula de barreira do TSE. Agora, juntos, formam o Mais Brasil, e o número de urna para a campanha municipal de 2024 será o 25 – que já foi do DEM.

 

Gol contra

Preso pela PM no Estádio do Maracanã por importunação contra torcedora que tentou beijar, o prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Costa (UB), ficou detido numa delegacia até 5 horas da manhã após final de Flamengo x Corinthians na Copa do Brasil. Foi um chororô. Ele assinou termo de não persecução penal com o MP, como publicamos.

 

Namoro & política

Uma pesquisa do site de relacionamento “Coroa Metade” (para público 40+) com tema “Amor e Política” revela que 27,48% dos(as) eleitores(as) de Lula não se casariam com eleitor(a) de Bolsonaro. Dos bolsonaristas, 28,80% não se casariam com quem vota no petista. Mas a polarização não entra no coração da maioria: 59,54% dos lulistas afirmam que se casariam com quem vota 22, e 45,65% dos bolsonaristas se casariam com quem tecla 13 na urna.  A pesquisa online foi realizada nesta semana com 20 mil usuários.

 

Ciber-preju

Nos últimos 18 meses, 35% das empresas brasileiras tiveram perdas por ataques cibernéticos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Segurança da Informação da Modulo Security. Aponta ainda que 65% das empresas não são capazes de mensurar o valor dos prejuízos após os ataques, 22% calcularam danos de até R$ 50 mil, 4% indicam prejuízo entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.

 

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