Heraldo Almeida

Abner na Guiana Francesa

 

 

Projeto “Vamos Comer Teatro” estreia temporada

Dando inicio as suas atividades culturais de 2016, o Sesc/AP apresenta nesta terça -feira (23), às 19h no Teatro Porão, o Projeto Vamos Comer Teatro com o espetáculo teatral “Malcriadas”.

O projeto oportuniza grupos e companhias a exporem seus trabalhos e estimula a criação de novos espectadores para as artes cênicas por meio das encenações de teatro e circo. 

O espetáculo “Malcriadas” é uma livre inspiração da dramaturgia de Jean Genet “As Criadas” e desenvolvido em dois planos: social e psicológico. O jogo é iniciado, desenvolvido e terminado pela relação patrão/empregado.  

As empregadas são subservientes e vivem tramando contra sua patroa num plano perigoso, arriscado num desafio tênue entre a relação estabelecida opressor/oprimido. Nesse jogo a figura central a patroa, entra no jogo na medida em que se revelam as provas cabais que comprometem suas subordinadas ao desvendar, ainda que indiretamente, seus crimes. (Alessandra Leite/Genário Dunas).

Conheça o que é o Marabaixo

O Marabaixo é uma manifestação folclórica afro-amapaense, que consiste em homenagear o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade em duas partes: a sagrada (missas, novenas, ladainhas) e a profana (dança do Marabaixo, bailes). Essas homenagens ocorrem durante o ciclo do Marabaixo, que começa sempre na Páscoa e termina no Domingo do Senhor (primeiro domingo após Corpus Christi). Durante os festejos, misturam-se rituais africanos (corte dos mastros, quebra da murta, danças) e europeus-católicos (missas, novenas, procissões). A origem do nome é incerta: alguns afirmam que vem do árabe marabut (louvar); outros afirmam que vem do fato dos escravos serem trazidos mar abaixo nos navios negreiros (ou seja, da África para o Brasil).

Na dança do Marabaixo, as mulheres vestem-se com anáguas, saias rodadas floridas, camisa branca, colares, lenço no ombro e flor atrás da orelha, uma versão estilizada das roupas das escravas. Os homens usam roupas brancas e tocam com duas baquetas grandes tambores chamados caixas ou caixa de Marabaixo. Tanto os tocadores quanto as mulheres cantam os versos improvisados chamados ladrões; muitos desses versos têm teor religioso. Todos dançam em círculo, sentido anti-horário e ao redor de si mesmos.

Está presente principalmente nos bairros do Laguinho e Santa Rita, na zona urbana de Macapá; mas também em outras comunidades negras do Amapá, como Mazagão Velho, Campina Grande, Lagoa dos Índios, Coração, Curiaú, Maruanum, entre outras. O Marabaixo é a maior e mais autêntica expressão cultural do povo amapaense.

Qual o conceito de cultura?

É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?

A cultura é do povo e vem do povo para o povo. Ela não tem nome dono e nem sobrenome, é popular e é uma manifestação de um todo reunido em prol de mantê-la sempre viva e presente entre todos. É uma manifestação voluntária sem regras de comportamento, livre e capaz de envolver o mundo.

Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.

Carimbó: ritmo musical do Pará

O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se recebendo outras influências, principalmente negra. Seu nome, em língua tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó. Surgida em torno de Belém (PA), na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.

O município de Marapanim é considerado “A Terra do Carimbó”. Na sede do município e em outras localidades existem dezenas de conjuntos (grupos) de Carimbó, tais como: Flor da Cidade, Uirapuru, Raízes, Os Brasas de Marapanim, entre outros. O maior compositor de carimbó de todos os tempos foi um Marapaniense, mestre Lucindo Rabelo da Costa, nascido às margens do Rio Cajutuba. De rara beleza poética, as canções compostas por Mestre Lucindo falavam de mar, lua, sol, mulher, saudade, pescaria, pássaros, afim, de todas essas coisas que fazem parte do cotidiano do paraense nascido e criado na região do Salgado.

Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o “Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia”, no mês de novembro.

Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de “curimbó”, bem parecido com o nome do próprio ritmo, uma corruptela da palavra carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.

A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas ao pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.

O que é música popular?

Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música folclórica por ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução natural da música folclórica, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações.

São muitos numerosos os gêneros inerentes à música popular tais como: o samba, chorinho, frevo, baião, maracatu, música caipira, música nativista gaúcha, as cantilenas, rock, blues, jazz. Em geral estão associados ao ritmo, a cultura e a construção de uma sociedade. Assim, pessoas nascidas durante os anos 60 tendem a apreciar as músicas dos anos 70, tais como os Beatles, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque de Hollanda e Quarteto em Cy ou os Rolling Stones, Mutantes, Os Novos Baianos e a Tropicália.

Evidentemente que é grande a variedade de gêneros apreciados e muitas vezes os que apreciam um gênero podem não apreciar outro. Como por exemplo brasileiro, um apreciador de Samba na grande maioria das vezes não aprecia a música sertanejo universitário, e vice-versa por motivos óbvios a sertanejo universitário utilizada cultura de massa e uma música de entretenimento utilizada pela mídia e o samba é cultura do povo brasileiro.

Muito da música popular provém de negócios disseminados com fins lucrativos. Executivos e empregados de negócios vinculados à música popular tentam selecionar e cultivar a música que teria um grande sucesso com o público, e assim maximizar os negócios da empresa. Nessa acepção, a música popular é distinta da música folclórica, criada pelo povo em geral para sua própria apreciação, e a música clássica, originalmente escrita para a igreja ou para a nobreza, e atualmente subsidiada pelos governos e universidades.

Apesar de os negócios controlarem os pilares da música popular, nem sempre os jovens aspirantes a se tornarem músicos populares são impulsionados pelo dinheiro. Em geral, eles aspiram a encontrar uma forma para sua expressão ou criatividade, ou simplesmente por diversão. Historicamente, os motivos de conflito de executivos e músicos se tornaram motivo de tensão na indústria da música popular pelo mundo.

MinC financiou 2.896 projetos culturais em 2015

Em 2015, até a data de hoje (23 de dezembro), 2.896 cidadãos do Brasil fizeram doações a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) para captação de recursos de renúncia fiscal via Lei Rouanet. Oriundos de todas as regiões do país, os recursos disponibilizados por pessoas físicas somam mais de R$ 14 milhões neste ano, apoiando a realização de atividades dos diversos segmentos culturais, selecionadas pelos próprios doadores. Assim como pessoas jurídicas, o indivíduo que faz declaração no modelo completo pode descontar parte do que pagaria de imposto de renda para financiar projetos culturais. A faixa de renúncia é de 6% do imposto devido e quem executar a doação até 31 de dezembro poderá incluir o abatimento ainda na declaração deste exercício, a ser feita a partir de março de 2016.

Segundo a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), mais de 10 milhões de brasileiros fazem a declaração do IRPF no modelo completo. Considerando a faixa de renúncia de 6%, a captação de recursos de pessoas físicas para a cultura, via incentivo fiscal, tem um potencial de mais de R$ 4 bilhões por ano, três vezes mais do que o mecanismo movimenta atualmente.

Por isso, depois de realizar a primeira edição do Seminário Doação por Pessoas Físicas para Cultura, em Brasília, em outubro passado, com vagas esgotadas e transmissão online, o MinC quer intensificar o estímulo a esta alternativa de investimento. “Em 2016, vamos implementar no site um mecanismo mais acessível e esclarecedor para os interessados em fazer doação, lançar uma campanha de mobilização e realizar mais edições do seminário”, elenca Carlos Paiva.

“Além de engajar a sociedade, o MinC quer mostrar aos produtores culturais como esta é uma fonte de financiamento eficaz, que diversifica as possibilidades de sustentabilidade de projetos, grupos e espaços culturais. A constituição de uma rede de apoiadores oferece risco menor, já que, ao contrário do patrocínio empresarial, a saída de alguns não inviabiliza a iniciativa cultural. E são muitas as estratégias possíveis para mobilizar recursos de pessoas físicas, como a possibilidade de recompensas ou clube de benefícios”, explica Paiva.

De doações registradas que vão de R$ 10,00 a algumas dezenas de milhares de reais, a captação de recursos de pessoas físicas ainda se destaca pelo caráter descentralizado do investimento, pela menor competitividade, pelo distanciamento da lógica do marketing cultural e pela relação de proximidade com os investidores. (www.cultura.gov.br)

Fogo destrói prédio do Museu da Língua Portuguesa

Ministro da Cultura Juca Ferreira, se manifestou em nota, a respeito do incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, nesta segunda-feira, 21.

A destruição de um museu, mesmo parcial, é sempre uma perda gigantesca para a cultura. Lamentamos o incêndio no Museu da Língua Portuguesa. E lamentamos profundamente a perda de uma vida humana, de um funcionário que corajosamente enfrentou uma situação de tal gravidade. Este é um momento de profunda tristeza.

Além do valor histórico e arquitetônico de suas instalações, do significado que tem para a revitalização daquela área, do modelo de museu que passou a representar, o Museu da Língua Portuguesa nos singulariza, ressalta um dos aspectos raros e preciosos da nossa cultura. A língua, além do seu poder de coesão, além de ser um dos fatores de união do nosso povo, é quem dá o sentido do que somos.

Um museu nasce da missão de reconhecer e preservar a raridade de algum aspecto da cultura. Por isso, todo museu é único. Um museu sempre requer cuidados em dobro. Independentemente de suas causas, esse incêndio nos serve de alerta para que tenhamos um cuidado cada vez maior com nosso patrimônio.

Nos empenharemos para trazer de volta, fortalecido, este museu que já se incorporou com tanta eloquência à vida cultural de São Paulo e do nosso país. (www.cultura.gov.br)

O que é cultura?

É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?

A cultura é do povo e vem do povo para o povo. Ela não tem nome dono e nem sobrenome, é popular e é uma manifestação de um todo reunido em prol de mantê-la sempre viva e presente entre todos. É uma manifestação voluntária sem regras de comportamento, livre e capaz de envolver o mundo.

Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.

Joãozinho Gomes: um poeta da Amazônia

Música, canto, poesia e literatura, se juntam num grande encontro de artistas de variados seguimentos, para homenagear um dos maiores letristas da Amazônia e do Brasil, Joãozinho Gomes, hoje, 9, a partir das 20h, no Sarau do Largo dos Inocentes, da Confraria Tucuju.

Poeta, compositor, escritor e cantor Joãozinho Gomes é filho da Amazônia paraense, nascido na capital Belém em 20 de outubro de 1957. Bem cedo, aos 12 anos de idade já escreveu algo que “imaginei ser um poema”. Diz. E logo descobriu sua vocação para a poesia. Seu caminho foi guiado para a Música popular Brasileira, e hoje é autor de mais de quinhentas músicas compostas ao lado de parceiros, muitos deles já consagrados no cenário musical brasileiro, como: Chico Cézar, Lecy Brandão, Nilson Chaves, Jean Garfunkel, Jane Dubc, Enrico Di Miceli, Val Milhomem, Amadeu Cavalcante, Jane Duboc, Eudes Fraga, Walter Freitas e tantos outros artistas da nossa região amazônica. Assim como parceiros de letra, muitos intérpretes consagrados, também cantaram suas obras.

Joãozinho Gomes assinou muitos CD’s com parceiros, filhos dessa imensa Amazônia musical, diferente de outras partes do país, com um tempero vindo da floresta, capaz de encantar a quem por aqui pisa e prova desse sabor da terra santa da arte.

De tantas canções espalhadas no leito musical do cancineiro brasileiro, o poeta Joãozinho Gomes assina, pelo menos duas, como suas expressões mais próximas do coração, Jeito Tucuju, em parceria com o amigo Val Milhomem, que declara amor e sentimento eterno com o rio Amazonas, “Quem avistar o Amazonas nesse momento e souber transbordar de tanto amor, esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui”, e Pérola Azulada, com Zé Miguel, com expressiva declaração de amor a terra, como nação e como morada, “eu amor você, terra minha amada, minha oca meu iglu, minha casa, à bênção minha mãe…”.

Nessa gigante homenagem ao poeta Joãozinho Gomes, a Confraria Tucuju convidou artistas tucujus do artesanato, folclore, artes plásticas e os cantores Amadeu Cavalcante, Brenda Melo, Val Milhomem, Ana Martel, Helder Brandão, e Oneide Bastos, que irão saudar o homenageado com canções de sua autoria com parceiros nossos. Além das fortes homenagens, será apresentado o show “Timbres e Temperos”, registrado recentemente em um CD, ainda não lançado, com Patricia Bastos, Enrico Di MIcele e o próprio Joãozinho Gomes.