
Heraldo Almeida

Então, o que é música afinal?
Essa pergunta tem sido alvo de discussão há décadas. Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro como mús ica? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.
Então, o que é música afinal? De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia, harmonia e ritmo.
Melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantado. Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias notas, por isso que os acordes fazem parte da harmonia.
Vale destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma única voz; é possível também que ela tenha duas ou mais vozes, apesar de ser menos frequente essa situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso, podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se mexem dentro do navio enquanto ele navega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, su porte, para as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é a mesma coisa.
Ritmo é a marcação do tempo de uma música. Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música. Cada um desses três assuntos precisa ser tratado à parte. Um conhecimento aprofundado permite uma manipulação ilimitada de todos os recursos que a música fornece, e é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso ouvido. Afinal, mais importante do que saber o que é musica, é saber como trabalhar em cima dela. (www.descomplicandoamusica.com).
- Audiovisual
De 11 a 13 de novembro o Sesc/AP vai realizar a Oficina de Capacitação de Projetos de Diagramação Audiovisual, no Sesc Araxá, às 18h.
As inscrições estão acontecendo na Coordenadoria de Cultura, no Sesc Araxá, valendo 1kg de alimento não perecível.
- Premiado
Compositor e produtor musical, Dante Ozzetti, foi premiado o Melhor Produtor Musical, no Prêmio Profissionais da Música, pelo disco “Princesa de Aiocá!, gravado pela cantora Mari Furquim. Parabéns.
- Convidados
Nilson Chaves e Patrícia Bastos são os convidados de Enrico Di Miceli, no show de lançamento de seu 1º disco solo do artista, “Todo Música”, agendado para acontecer em 14 de dezembro, no Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano – Araxá), 22h.
- Bessa
Vem aí a inauguração de mais um espaço para valorizar o samba no Amapá. É o projeto “Pagode Bom a Bessa”, no bairro Jardim Felicidade (Av: Pedro Wanderley – 2614). Dia 7 de dezembro, com o trio “Bom Ki Só”. Informações: 98110-5404.
- Salgueiro
No carnaval de 2020, Acadêmicos do Salgueiro vai prestar homenagens aos 150 anos do primeiro palhaço negro do Brasil, Benjamin de Oliveira. O título do enredo é, “O Rei Negro do Picadeiro”. Bela homenagem.
- Poesia
O poeta, José Pastana, vai lançar mais uma bela obra literária, “Poemas e Um Amor”, na sexta (8), na Biblioteca Elcy Lacerda (Rua São José – Centro), 19h.
- No ar
Programa “O Canto da Amazônia”, na Diário FM 90,9, sempre valorizando os artistas e suas obras. De segunda à sexta, 16h. Valorizando o que é nosso.

Finéias Nelluty: Vem Conhecer Macapá
Com a contagem regressiva para o aniversário de 260 da cidade de Macapá, em 4 de fevereiro, muitos compositores declaram o seu amor pela “terrinha” em poesias musicais, assim como o Finéias Neluty.
O cantor, compositor, músico e produtor amapaense, Finéias Nelluty, homenageia sua cidade de Macapá com uma bela obra musical, “Vem Conhecer Macapá”.
Vem cá conhecer Macapá, curtir esse lugar que é bom pra se viver. Vem cá da beira rio olhar o amazonas banhar. meu forte São José.
Da Fazendinha aquela vista boa, no Curiaú tem pantanal, lagoa. Vem Marabaixo dançar, vem no Batuque suar. O Marco Zero vem ver, vem ver a banda passar, vem ver, vem ver, conhecer Macapá.
O Laguinho que me deu a mulata pra sambar, passo na Tia Neném pra tomar meu tacacá, chega mais perto e vem provar o meu peixe com açaí, farinha do Pacuí, tempero da Tia Coló, tenho mais pra te mostrar, vem ver, conhecer Macapá.
- “Curiaú”
Maestro Manoel Cordeiro gravou a música, “Curiaú”, de sua autoria, em seu 2º disco instrumental, “Guitar Hero Brasil”, com participação dos músicos amapaenses: Hian Moreira (bateria), Alan Gomes (baixo), Adelson Preto e Nena Silva (percussão).
- Na mídia
Jovem cantora paraense, Natália Matos, lançando clipe oficial, no youtube, da música “Lua Namoradeira”, de autoria de Dona Onete, com participação e produção do maestro Manoel Cordeiro.
“Uma busca de encaminhar nossos ritmos numa linguagem universal. Uma velho histórico que continua”, disse Manoel.
- Poética
Nesta sexta (1), no salão de eventos do Sesc Araxá, haverá apresentação do espetáculo, “Xapiri-Curuocangô”, com o Grupo de Poesia Tatamirô, às 19h.
Tatamirô é um projeto amapaense que atua, há dez anos, fomentando a leitura com ações voltadas para as artes em âmbito geral, destacando a Poesia.
- Tempo
Cantor e compositor, Nivito Guedes, vai soltar a voz no show “Tempo Para Amar”, nesta sexta (1), no Sankofa (Rua Beira Rio – Orla do Santa Inês – Araxá), às 21h. Quem abre o evento é Helder Brandão, com voz e violão com belo repertório da boa MPB. Informações: 98112-7594.
- É hoje
É nesta sexta (1) o showzaço do Grupo de Samba Soweto, em Macapá, cantando seus maiores sucessos, na quadra da verde e rosa Maracatu da Favela (av: Pe. Júlio – Centro), a partir das 20h.
A agenda inicia com os sambistas Catatau, Kinzinho AP e Trio Bom Kisó. Informações: 99196-3121 e 99164-3920.
- “Bandeira do Samba”
Nome do primeiro grupo de samba do Amapá, criado no ano de 1987, com a seguinte formação: Carlos Pirú, Bibi, Pedro Ramos, Carlinhos Bababá, Nena Silva, Adelson Preto e Aureliano Neck.
- Destaque
Poetisa amapaense, Annie de Carvalho, vem se destacando no cenário da literatura do Amapá e de todo o país. Já tem obras em várias coletâneas.
Em 2018 venceu um concurso nacional e se prepara para lançar seu primeiro livro. Merece o destaque e o registro da coluna. Parabéns.

Renasce uma esperança para o carnaval do Amapá
O carnaval amapaense é [e sempre foi], sobretudo, das escolas de samba, um espetáculo grandioso que destaca luxo, riqueza, beleza, história e valor do povo tucuju.
Mas, há exatos quatro anos consecutivos (2016 a 2019), todo esse requinte de exaltação perdeu o sentido, pois durante esse período as dez escolas de samba do carnaval amapaense não estão indo para a avenida desfilar. Piratas da Batucada, Boêmios do Laguinho, Maracatu da Favela, Piratas Estilizados, Unidos do Buritizal, Império do Povo, Embaixada de Samba, Emissários da Cegonha, Império da Zona Norte e Império Solidariedade. São vários os motivos que levaram a não realização dos desfiles, que antes eram prioridades para o poder público, durante a quadra momesca, mas que deixaram de ser:
A falta de prestação de contas dos recursos públicos recebidos (durante anos), inadimplência das escolas e da instituição (Liga), que realiza os desfiles, dívidas com fornecedores (dentro e fora do estado), além de problemas internos na maioria das agremiações, são fatos que contribuíram para a triste realidade. Além, da interdição do sambódromo, que precisa urgente de reforma estruturante, e do abandono da Cidade do Samba, que durante esse tempo sem atividades, nada aconteceu e aquele local sofreu a perda de toda sua rede elétrica e outros.
Por iniciativa exclusiva da Prefeitura de Macapá, uma esperança surge para tentar resgatar a beleza dessa grandiosa festa popular no Amapá, em 2020. Há menos de um ano o gestor municipal tomou a iniciativa de realizar um evento, no dia do aniversário da cidade de Macapá (4 de fevereiro/2019), e convidou as escolas de samba para fazerem uma apresentação. Cada uma recebeu um cachê de R$ 6 mil pela participação. Das dez agremiações, apenas uma não compareceu. Algumas reuniões estão acontecendo entre a Prefeitura, escolas de samba e Liga, para encontrar um modelo de programação e realizar o carnaval com a participação das dez agremiaç&ot ilde;es. Uma política de Edital está sendo discutida para que as escolas possam se inscrever participar, mas para isso é necessário que todas estejam regularizadas, e até o momento apenas duas estão, Piratas Estilizados e Unidos do Buritizal. Acreditamos que todas estarão aptas pra festa ser completa.
- Reservas
Na quinta (31) a Liesa/RJ estará recebendo pedidos de reservas de camarotes para os desfiles do carnaval 2020, na Sapucaí.
Dando início à venda de ingressos para os dois dias de desfiles, 23 e 24/fevereiro. (www.liesa.com.br).
- Café
Café com música será servido nesta quarta (30), no Sesc Centro, na esquina da av: Mendonça Júnior com a rua Tiradentes – Centro, 7h.
Cantor e compositor, Chermont Júnior, estará tocando e cantando um repertório refinado da boa MPB, pra começar bem o dia.
- Conexão Amazônia
Projeto TapaJazz apresenta o “Conexão Amazônia”, de 1 a 3 de novembro, na Praça de Alter do Chão – Santarém (PA), às 20h, com participação de Joãozinho Gomes, Enrico Di Miceli, Finéias Nelluty, Zé Miguel, Nato Aguiar, Maria Lídia, Hamilton de Holanda, Jardim Percussivo, Silibrina, Toninho Horta, Sebastião Tapajós, Mini Paulo Medeiros e Marco André.
“Todo Música”
Show de lançamento do 1º disco solo do cantor e compositor nortista, Enrico Di Miceli, “Todo Música”, já tem local definido para acontecer.
No Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano – Araxá), dia 29 de novembro, às 22h. Imperdível.
- Valorizando
Programa “O Canto da Amazônia”, com a cara e o jeito da nossa gente, na Diário FM 90,9, valorizando o artista e sua arte nas ondas do rádio. De segunda à sexta, 16h. Sintonize.
- “A Ponte”
Título de uma música de autoria de Zé Miguel, que está tocando muito nas rádios da Guiana Francesa e no programa “O Canto da Amazônia” (Diário FM 90,9).
Zé gravou no disco “Amazônia na Veia” com a participação especial da guianense Joseline Jersier.
- O que é?
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano.
Não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro. Seria a herança social da humanidade ou ainda, de forma específica, uma determinada variante da herança social. É isso? Então, tá!

O samba brasileiro e sua história de cada dia
O samba é um gênero musical, do qual deriva de um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, que em 2005 se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco, foi uma das base s para o samba carioca.
Apesar de existir em várias partes do país – especialmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo – sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Foi no Rio de Janeiro, que a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular. Desta forma, ainda que existissem diversas formas regionais de samba em outras partes do país, samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira durante a década de 1930.
Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu em 1917, no próprio Rio de Janeiro, com a gravação em disco de “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil (segundo os registros da Biblioteca Nacional). A canção tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. Na verdade, “Pelo Telefone” era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, mas acabou registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional. “Pelo Telefone” foi a prime ira composição a alcançar sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, esse samba urbano carioca começou a ser difundido pelo país, inicialmente associado ao carnaval e posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical.
O samba moderno urbano surgido a partir do início do século XX tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado, com aproveitamento consciente das possibilidades dos estribilhos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, e aos quais seriam acrescentados uma ou mais partes, ou estâncias, de versos declamatórios. Esse samba é tocado por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos de violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim.
- Mudança
A reunião da equipe da Prefeitura de Macapá (Fumcult, Macapatur e Improir) com representantes das escolas de samba e Liga, marcada para a quarta (23), foi transferida para a terça (29), no mesmo local e hora, PMM, às 17h. Na pauta, carnaval 2020.
- Inauguração
É nesta sexta (25) a reabertura antigo Parque Zoobotânico, agora batizado de BioParque da Amazônia Arinaldo Gomes Barreto, na Rodovia JK (Fazendinha), às 10h. Fechado há quase 20 anos.
O mais novo e um dos maiores da Região Norte do Brasil, com cerca de 105 hectares e paisagens compostas por três ecossistemas: cerrado, floresta de terra firme e campos inundáveis. Parabéns.
- Parabéns, Manaus
Nesta sexta (25), a cidade de Manaus (AM) está completando 350 anos. Nascida à margem esquerda do Rio Negro, seu nome é uma homenagem ao povo indígena Manaós.
É, ainda hoje, um dos maiores símbolos do período da borracha, que permitiu a aceleração do desenvolvimento da região Norte do país e da industrialização mundial. Parabéns, Manaus.
- Carnaval Rio
A Liga Independente das Escolas de Samba /RJ (Liesa) informa que o disco (CD) com os sambas de enredo, do carnaval 2020, das escolas do grupo especial, será lançado na segunda quinzena de novembro. (www.liesa.com.br).
- Sou fã
Muitos são meus ídolos na música brasileira, pelas qualidades das obras, mas tenho e guardo um carinho especial pelo alagoano Djavan. O cara é diferenciado, diz aí.
De suas muitas belas músicas, hoje escolhi, “Segredo”, para ouvir pela milésima vez: “Quando bate a dor/eu sei que o amor existe e onde vive que eu chamo e não vem/sofrer, cantar, socorrer, fugir da paixão pra quê?/mesmo onde há certeza de dores/que cores dão?/que nem de algodão/vago em teu calor sou, sou tão leve/ se o amor é breve/deixa nascer pra ver…”.
- Amapá Jazz
Marcado para acontecer nesta sexta ( 25) e sábado (26) a 11ª edição do Amapá Jazz Festival, o maior festival de música instrumental da Amazônia. No Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano) – Araxá, 19h. Dia 25 (quinta): Grupo Amazon Music e Finéias Nelluty, Grupo Vocal Ecore, Marrecos Land, Pierre-Marrie Levailant Quarteto Iventio, Alan Gomes Tributo a Artur Maia, Paulo Flores e Trio Canícula Blues.
Dia 26 (sexta): Orquestra Bahamas, Brenda Melo, Joãozinho Gomes e Val Milhomem, Enrico Di Miceli, Esdras de Souza e Arismar do Espírito Santo.
- Pra dançar
Na sexta (26) tem o show, “Ai Vovó”, com Adelson Preto e a Banda Afro Brasil, além da participação especial do cantor João Amorim, no Sankofa (Orla Santa Inês – Araxá), às 22h. Informações: 99121-5873 e 99130-5276.

Samba aposta na fusão de ritmos
Nascido no início do século 20 nas casas de baianas que se mudaram para o Rio de Janeiro, como a lendária Tia Ciata, o samba ganhou o mundo. Um dos ritmos mais populares do Brasil, conquistou gerações de fãs e extrapolou as próprias fronteiras, fundindo-se com estilos tão diversos quanto o jazz, o funk, o soul, o rock, o pop e até mesmo a música eletrônica.
A mundialmente famosa bossa nova, com seu balanço, surgiu nos anos 50, com raízes no samba e influência do jazz. Porém, foi com o som instrumental conhecido como samba jazz ou jazz samba que a fusão se aprofundou. De um lado, a batida cheia de suingue, e de outro, improvisos e harmonias jazzísticos. Moacyr Silva, Sérgio, Mendes, J.T.Meirelles, Edison Machado, Dom Um Romão, Zimbo Trio, João Donato e Milton Banana Trio deram vida a essa escola. Com a explosão da bossa e a imigração de muitos músicos brasileiros para os Estados Unidos, o samba jazz ganhou adeptos na terra do Tio Sam, como o guitarrista Charlie Byrd e o saxofonista Stan Getz, que flertaram com o estilo.
Para o sambista e compositor carioca Nei Lopes, as fusões são positivas quando acontecem de forma espontânea. “No caso do samba e do jazz, há uma grande familiaridade. São músicas irmãs, que compartilham origens comuns, como ocorre também entre o samba e a música afro-cubana”, destaca. (www.cultura.gov.br).
- Reunião
Nesta quarta (23) vai acontecer mais uma reunião de carnaval, da equipe da prefeitura de Macapá (Improir, Macapatur e Fumcult), com representantes das escolas de Samba e Liga. Na pauta, o carnaval de 2020. Na Prefeitura de Macapá (Av: FAB), às 17h.
- Legalização
Até o fechamento dessa edição, apenas duas escolas de samba entregaram seus documentos de legalização à Prefeitura de Macapá, Piratas Estilizados e Unidos do Buritizal, e estão aptas para se inscreverem no edital do carnaval 2020, ainda em discussão. As outras oito agremiações estão com pendências fiscais e se não estiverem legalizadas, não poderão acessar editais e nem conveniar com o poder público.
Os documentos solicitados são: Cartão de CNPJ, Ata da Assembleia de Eleição e Posse, Termo de Posse, Estatuto Social, Certidão de Registro de Pessoa Jurídica, Conta Bancária, RG e CPF do Presidente e Tesoureiro, Comprovante de Endereço da PJ, Certidão Negativa Conjunta Federal, Certidão Negativa Estadual, Certidão Negativa de Tributos Municipais, Certidão Negativa de Execução Fiscal do Município, Certidão Negativa do FGTS, Certidão Negativa Trabalhista e Certidão Negativa de Falência e Concordata.
- Amapá Jazz
Nos dias 25 e 26 (quinta/sexta) Macapá vai parar para assistir a 11ª edição do Amapá Jazz Festival, o maior festival de música instrumental da Amazônia. No Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano) – Araxá, 19h. Dia 25 (quinta): Grupo Amazon Music e Finéias Nelluty, Grupo Vocal Ecore, Marrecos Land, Pierre-Marrie Levailant Quarteto Iventio, Alan Gomes Tributo a Artur Maia, Paulo Flores e Trio Canícula Blues. Dia 26 (sexta): Orquestra Bahamas, Brenda Melo, Joãozinho Gomes e Val Milhomem, Enrico Di Miceli, Esdras de Souza e Arismar do Espírito Santo.
- “Ai, Vovó”
Na sexta (26) tem o show, “Ai Vovó”, com Adelson Preto e a Banda Afro Brasil, além da participação especial do cantor João Amorim, no Sankofa (Orla Santa Inês – Araxá), às 22h. Informações: 99121-5873 e 99130-5276.
- Carnaguari
De 8 a 10 de novembro, no município de Ferreira Gomes, vai acontecer o tradicional “Carnaguari”. Evento que valoriza a arte, cultura, gastronomia e entretenimento da cidade, às margens do Rio Araguari. Parabéns.
- “Sou do Norte”
Título do 1º disco (CD) do cantor e compositor da nova geração tucuju, Leandro Sheike, que reside em Oiapoque. São seis músicas com temática amazônica no repertório. Parabéns.
- Tambores
Contagem regressiva para a chegada do mês de novembro, mas não estamos vendo nenhuma manifestação “pras bandas” do Centro de Cultura Negra (Laguinho), para realização do Encontro dos Tambores (semana da consciência negra). Comunidades estão caladas.

Movimento Hip Hop no Amapá
O Hip Hop é uma cultura artística que iniciou na década de 1970 nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Afrika Bambaataa, reconhecido como o criador oficial do movimento, estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura hip hop: o rap, o DJing, a breakdance e a escrita do grafite. Outros elementos incluem a moda hip hop e as gírias. É uma cultura artística que iniciou-se durante a década de 1970 nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque.
Esse movimento cultural ganhou espaço no Amapá e hoje se configura como o segundo maior encontro de jovens da Região Norte, que através da Federação Amapaense de Dança de Rua Original e outras instituições, se organiza para dar mais força aos apaixonados por esse estilo artístico que encanta e mobiliza multidões.
Vários eventos municipais e estaduais já foram desenvolvidos pelo movimento do Hip Hop no Amapá como o “VI Hip Hop Sem Fronteiras”, com outros grupos de outras regiões, principalmente da Guiana Francesa, que ocorre no período de 08 a10 de julho, no município de Oiapoque. Grupos de Macapá, Santana, Pará, Guiana Francesa e de outros municípios do Estado participam do evento. O projeto cultural é desenvolvimento pela Companhia de Dança de Rua Amapá B.Boys, da Macapá Break, em parceria com o Instituto Jovens Livres e com a Federação Amapaense de Dança de Rua Original(B.Boys E B.Gilrs), com apoio do Governo do Estado, por intermédio da Secult.
Nos últimos dois anos o evento ganhou maior visibilidade, mais colaboradores e mais grupos de Hip Hop de todo o Estado, com mais premiações e incentivosl. O Produtor desse festival, Guinho B.Boy, a expressão(batalha) simboliza o confronto saudável entre as equipes. Não há contato físico, gestos obscenos e nem palavrões. O que contam são criatividade e dinamismo das performances.
Com toda a evolução do movimento no estado, os freqüentadores ainda esbarram na discriminação contra os militantes do movimento Hip Hop, que ainda persiste.
- “Arte da Pleta”
Toda quarta acontece o projeto “Quarta de Arte da Pleta”, no Sankofa, rua Beira Rio (Orla do Santa Inês – Araxá), a partir das 17h.
Bate papo com Rosa Natália (Coordenadoria de saúde da mulher), poesia (Kássia Modesto), música com Leka Denz, Wendel Conceição e outros artistas.
- Amazônia
Na sexta (18) tem o show “Amazônia Lugar Sagrado”, com Roni Moraes e os convidados, Zé Miguel e Nonato Santos.
No Sankofa (Rua Beira Rio – Orla do Santa Inês – Araxá), a partir das 21h. Informações: 98118-9131.
- Carnaval 2020
A convite da Prefeitura de Macapá, o carnavalesco e comentarista de carnaval da TV Globo, Milton Cunha, chega nesta quarta (16), para encontros e palestras com gestores da PMM, escolas de samba, Liga e blocos.
Na quinta (17), às 16h, na sede do Bloco A Banda, ele terá reunião fechada com gestores da prefeitura (Fumcult, Macapatur e Improir), escolas de samba e blocos. O tema é: A Gestão das Escolas de Samba e a Força dos Artistas Populares.
Na sexta (18), às 19h30, a reunião será aberta no Sebrae (av: Enestino Borges – Laguinho), com o tema: A Sociedade e a Indústria da Economia Criativa. Entrada Franca.
- Literatura
Ministério da Cidadania vai investir R$ 2 milhões no apoio à realização de 11 feiras e ações literárias no País.
Para participar da seleção pública, os projetos devem ter produção e organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. (www.cultura.gov.br).
- Capacitando
O Sesc AP vai promover de 21 a 25 de outubro, a capacitação audiovisual “Animação Audiovisual: Meu Primeiro Curta-Metragem”.
O curso será ministrado pelo professor, Ricardo Pereira de Sousa, no Sesc Araxá, das 14h às 18h. A inscrição é 1kg de alimento não perecível. (www.sescamapa.com.br).
- Pintura
O prédio do Tribunal de Justiça – AP está com a exposição coletiva, “Cores da Amazônia” de artes visuais, promovida pela galeria Arteamazon, até o próximo dia 25 (sexta).
- Quarta Pop
Nesta quarta (16), a partir das 21h, estreia o projeto “Quarta Pop Rock”, no Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano – Araxá), com a Banda Tia Biló.

Sesc AP apresenta a Exposição EUETIMIRITI
Por meio do projeto Entre Artes, o SESC Amapá realiza a exposição intitulada “EUETIMIRITI”, do artista paraense Francelino Mesquita. A vernissage será realizada no dia 18 de outubro, a partir das 19h, na Galeria de Artes Antônio Munhoz Lopes e ficará disponível para visitação pública até o dia 18 de novembro.
A exposição é composta por esculturas que foram construídas através da apropriação de talas extraídas das hastes (braços) das folhas do miritizeiro/ buritizeiro — palmeira característica das várzeas e das margens dos rios e igarapés da Região Amazônica. As esculturas produzidas com o Miriti estabelecem uma inovação da utilização desta matéria-prima da região e da cultura nortista. Esse vegetal, através das mãos do artista passa por um processo de ressignificação, uma vez que as obras apresentam um jogo geométrico e biomórfico onde se instaura uma identidade cultural amazônica, permitindo e provocando no público uma sensibilidade da expressividade artística com formas agradáveis e simples, visando promover pensamentos críticos e relações entre o indivíduo e seu meio social.
Durante o período de exposição serão realizadas visitas mediadas na galeria de arte, nas quais serão feitas discussões e esclarecimentos sobre a temática abordada nas obras. A exposição apresenta classificação livre e é aberta para visitação pública. (www.sescamapa.com.br).
- Alô, Belém
Nesta quinta (10) Belém/PA vai parar para ouvir Enrico Di Miceli, no show de lançamento de seu 1º disco solo, “Todo Música”, no Sesc Ver-o-Peso (av: Castilhos França), às 19h. Com participação especial de Nilson Chaves (produtor do disco) e de Brenda Melo.
- “Amana”
Título da nova música de Eliakin Rufino e Cássio Pontes, gravada por Amana Lira, feita em homenagem a própria intérprete da canção. Amana nasceu na Guiana Francesa, está morando em Macapá e estudando canto lírico no Centro de Educação Profissional de Música Walquíria Lima, que está surgindo (1 ano) para o mundo da música.
- Leitura
Projeto de leitura amplia acesso de pessoas com deficiência visual a livros em todo o Brasil. Fundação Dorina Nowill atua para que milhares de pessoas possam ter acesso à literatura e a técnicas de leitura inclusiva.
O “Leitura em Todos os Cantos” irá editar 60 novos títulos e produzi-los em formatos acessíveis (braille ou audiolivro e formato digital acessível). (www.cultura.gov.br).
- Patrimônio e Turismo
Entre os dias 23 e 25 de outubro, Porto Alegre (RS) vai receber o Seminário Internacional sobre Potencial Econômico do Patrimônio em sua Dimensão Turística e o 6º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial.
O Seminário e o Encontro também estão inseridos na iniciativa do governo federal Patrimônio + Turismo, com o objetivo de aliar turismo, cultura e desenvolvimento socioeconômico. (http://portal.iphan.gov.br).
- Luau Samaúma
Sexta (11) inicia a 3ª temporada do Luau na Samaúma, a partir das 17h, na Praça da Samaúma (Complexo Marlindo Serrano), no Araxá. O cardápio da programação está diversificado com: gastronomia, exposição de artes, poesia, contação de histórias e show musical com os artistas – Osmar júnior, Bebeto Nandes, Sabrina Zahara, Banda Afro Brasil, Banda da Guarda Municipal, além da CIA. de Dança Corpo e Movimento (Agnaldo Santos), Discotecagem de Selecta Branks, cortejo artístico e outras atrações.
- Pérola Negra
Depois do sucesso que foi neste ano de 2019, elegendo a bela jovem, Karen Jones, a coordenação do concurso de beleza Pérola Negra já está com inscrições abertas para o projeto de 2020. A coordenação e realização são do renomado produtor cultural, Ray Balieiro. Informações: 98111-1443.
- Banzeiro
O Banzeiro do Brilho-de-Fogo será uma das atrações do show do Arraial do Pavulagem, dia 12 (sábado), em Belém/AP, após o Arrastão, com os artistas Laura do Marabaixo e Ricardo Iraguany. É a segunda vez que o Banzeiro é convidado para participar, a primeira foi em 2015.

Lambada de Serpente: a estranha música de Djavan
Um amigo riu quando eu disse que Djavan tem um estilo musical estranho e belíssimo. Mas é isso mesmo que penso. Ele diz coisas e canta em melodias inusitadas, cheias de beleza.
Vejam só que expressão: “Lambada de serpente”. Penso que ninguém nunca disse isso antes.
Nosso imaginário se acostumou com o sentido brega, folclórico, que foi emprestado ao termo lambada. Logo pensamos naquelas músicas de ritmo quente, comuns em festas populares de um passado não muito distante.
Impulsionados pela curiosidade que Djavan nos causou, descobrimos que lambada significa “golpe aplicado com pau, chicote ou objeto flexível”, e no sentido figurado, “crítica severa; descompostura”. Claro que também significa “dança e música sensual e em ritmo rápido”, sentido com o qual estávamos acostumados.
“Nunca ninguém falou como este homem”. Assim disseram a respeito de Jesus Cristo. Poderíamos dizer algo semelhante à obra de Djavan: “Nunca ninguém cantou como este homem”.
Em uma de suas entrevistas na TV, o cantor se mostrou familiarizado e despreocupado com a aplicação do adjetivo “estranho” à sua obra. Diz ele: “Quando fui ser ouvido pela primeira vez, já houve essa polêmica. “Você tem algum talento, mas a música que você faz é muito estranha. Não se sabe onde está a primeira parte, é complicado, você tem que mudar isso, fazer uma coisa mais acessível para facilitar sua própria vida”. Tinham razão os que falavam assim, mas outros também disseram: Não, essa coisa estranha é o seu trunfo, não mexa nisso. Você vai sofrer mais, vai ter mais problemas, mas vá em cima disso”.
A estranheza se dá, obviamente, pelo fato de estarmos a ouvir algo que nos parece inédito. Também, por estarmos a ver uma coisa que, à primeira leitura-escrita, não nos penetra o entendimento. Quando nos pomos a tentar acompanhá-lo, sentimo-nos como se nos expressássemos num outro idioma. Sentimo-nos papagaios repetindo o que alguém disse. Todavia, aquilo que só entendemos a custo, nos soa belíssimo e extremamente poético. Por ser poético, compreendemos, trata-se de algo indizível. Temos que nos contentar com o pouco que conseguimos ver, mas que nos faz tanto bem.
“Cuidá dum pé de milho que demora na semente – meu pai disse: meu filho, noite fria, tempo quente. Lambada de Serpente, a traição me enfeitiçou – quem tem amor ausente já viveu a minha dor. No chão da minha terra um lamento de corrente – um grão de pé de guerra pra colher dente por dente”. (www.apoesc.blogspot.com.br).
- Comemoração
Músico e professor, Zé Maria Cruz, vai completar 60 anos de vida e convidou vários amigos artistas para celebrar a data com o show, “Minha História”, dia 24 de outubro, na casa cultural Sankofa (Rua Beira Rio – Orla Santa Inês), a partir das 21h.
Artistas convidados: Patrícia Bastos, Mayara Braga, Loren Cavalcante, Brenda Melo, Banda Negro de Nós, Nani Rodrigues, Amadeu Cavalcante, Manoel Sobral, Dulce Rosa, Márcia Fonseca, Leyla Homobono, Banda Moara, Banda Sou de Deus, Maria Ely, Shayana Braga, Maria Vitória e Banda Suite Popular.
- Carnaval
É nesta quarta (9) a reunião da equipe da prefeitura de Macapá (Fumcult, Macapatur e gabinete) com representantes das escolas de samba e Liesap. Na pauta, o desfile oficial de 2020. Na Prefeitura de Macapá (av: FAB), às 17h.
- Agendaço
Dia 25 de outubro (sexta) tem show musical do cantor e compositor amapaense, Jean Carmo, cantando clássicos do rock nacional e internacional, além de suas obras.
Na casa de shows Sankofa (Rua Beira Rio – Orla Santa Inês), a partir das 21h, com Raul de Os Intocáveis abrindo o evento. Informações: 99176-9978.
- Investimento
Teatro Amazonas (Manaus – AM) vai receber R$ 2,3 mi do Governo Federal para medidas de segurança e manutenção predial. Os recursos são do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. Este é o maior investimento público no teatro nos últimos 20 anos. (www.cultura.gov.br)
- Sankofa
Cantora e atriz negra brasileira, Jéssica Ellen, está lançando seu primeiro CD, “Sankofa”, em homenagem à sua família, ancestralidade e um projeto muito pessoal, com referência à raiz de sua história brasilidade. “O Nome Sankofa veio do pássaro africano, que diz que nunca é tarde pra você resgatar o seu passado. Pra eu construir o meu futuro eu preciso saber de onde eu vim. Então, esse CD fala muito disso”, disse Jéssica.
- “Só Pra Nós Dois”
Cantor e compositor, Helder Brandão, está com nova música no mercado, “Só Pras Nós Dois”, lançada terça (8) no programa “O Canto da Amazônia” (Diário FM 90,9).
“Que hoje eu tô sem pressa de amar/Tanto tempo tenho pra te dar/E hoje eu acordei acertando os ponteiros Só Pra Nós Dois”.
- Quitação
O fundador e presidente de honra de Boêmios do Laguinho, Francisco Lino da Silva, pagou, na segunda (7), a primeira parcela da dívida trabalhista de 30 mil, assumida por ele, que resultou na penhora da sede social da agremiação. Pelo acordo, foram 10 mil depositados e ainda restam 20 mil, divididos em quatro parcelas de 5 mil, a serem quitadas nos meses subseqüentes: novembro e dezembro/2019 e janeiro e fevereiro/2020.

Música, ritmos e danças que retratam a Amazônia
Nem só de samba e carnaval vive a musicalidade brasileira. A cultura amazônica, por exemplo, que recebeu importante influência dos povos indígenas, tem outras preferências musicais. Nossa região possui cultura, hábitos e tradições que persistem e quase não foram alterados através dos tempos. Mesmo com as massivas propagandas subliminares veiculadas na grande mídia, a exemplo da axé-music, da música sertaneja e de outras tantas.
Apenas o forró, o swing e o calipso conseguiram adentrar-se na região. O primeiro, em áreas colonizadas por nordestinos (ex-soldados da borracha), em especial no Acre, em Roraima e em Rondônia. Hábitos culturais e culinários regionais exuberantes, com aromas e sabores personalíssimos, ainda se mantêm, em alguns aspectos, quase inalterados. O calendário de eventos das cidades da região também expressa essa característica própria em elementos como música, artes plásticas, artesanato e folclore regionais.
O brega, a toada do Boi de Parintins e o carimbó formam o tripé musical da Amazônia cultural e artística. Em Manaus, pelo menos um dia da quadra momesca é dedicado exclusivamente às toadas do Boi de Parintins, denominado “Carnaboi”, influência que atinge até os festejos do aniversário da capital amazonense, em outubro, com o Boi Manaus.
A toada do Boi de Parintins nada tem a ver com a do tradicional bumba-meu-boi do Maranhão. Ela nasceu do mesmo processo de transformação do folclore na Ilha Tupinambarana, com destaque para os surdos e as caixinhas, colocando as baterias em segundo plano. A coreografia tem movimento de pernas tipo “dois para lá, dois para cá”, sincronizados com os braços e o corpo.
O Amapá, contagiado fortemente pela cultura negra, onde se destacam os grupos Senzalas, Pilão, Patricia Bastos, Negro de Nós, além de vários cantores e compositores locais, traz, em seus talentosos artistas, o jeito de cantar as coisas da Amazônia, diferente da negritude baiana. Os amapaenses mostraram o que há de melhor na música tucuju, com muito Batuque, Marabaixo, Cacicó, Zimba e zouk (ritmos da cultura local, da Guiana e do Caribe, mas com características próprias da região).
O brega e o carimbó dominam os palcos e salões paraenses, ritmos que venceram a imensidão regional levados pelas ondas do rádio e pelos canais de televisão. Essas novas tendências musicais se expandiram de fato nos anos 1970, firmando-se nacionalmente com uma nova performance, com muito swing. O brega, que foi inspirando nos wing, em especial na música It’s Now or Never, interpretada pelo “rei” Elvis Presley, passou por várias fases de renovação e mudanças rítmicas, firmando-se no plano nacional, em especial no Estado do Pará. O brega ocup a cada vez mais espaço e atenção nas mídias alternativas regionais e nacionais.
- Pintura
Uma exposição coletiva de artes plásticas, denominada de “Nosso Lugar”, vai marcar a reabertura da Galeria Trokkal, nesta terça (8), localizada na Praça Veiga Cabral (Centro),a partir das 19h. O espaço estava fechado para reforma.
- Corrida
O Sesc/AP vai realizar o Circuito Sesc de Corridas 2019 – Etapa Macapá (5KM), dia 27 de outubro, com largada, às 6h, da frente da escola (rua Jovino Dinoá).
Inscrições por categoria: Público em geral R$ 50,00 – Trabalhador do comércio R$ 25,00 – Dependentes R$ 25,00 – Funcionários do Sesc R$ 25,00 – Empresário R$ 40,00 – Idoso R$ 25,00 – PDC gratuito. (www.sescamapa.com.br).
- Críticas
Consagrado cantor e compositor brasileiro, Milton Nascimento, 76, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, disse: “A música brasileira está uma merda. As letras, então. Meu Deus do céu. Um porcaria. Não sei se o pessoal ficou mais burro, se não tem vontade [de cantar] sobre amizade ou algo que seja. Só sabem falar de bebida e a namorada que traiu. Ou do namorado que traiu. Sempre traição”. Qual sua opinião?
- Maniçoba
Na quinta (10) o projeto “Maniçoba Musical” apresenta o show de lançamento do disco “Todo Música”, de Enrico Di Miceli, em Belém (PA), no Sesc Ver-o-Peso, às 19h (Av: Castilhos França, 522). Tem participação especial de Nilson Chaves (produtor do CD) e Brenda Melo.
- Juventude
Ministério da Cidadania anuncia que vai investir nos jovens de todo o país para mostrarem suas produções audiovisuais.
O edital #amorpeloBrasil vai premiar 351 vídeos produzidos, com celular, por jovens de 12 a 18 anos de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal. (www.cultura.gov.br).
- Sescanta 2019
Sesc/AP divulga as 10 músicas classificadas para a 16ª Mostra de Música Secanta Amapá, ainda sem data anunciada pela instituição.
As músicas são: Ancorada (Brenda Melo), Areia do Mar (Tamar Hadassa), Carpideira (Osmar Júnior/Bruno Muniz), Corpo Capim (Fábio Vinícius), Depressão (Carla Adriana), Humbigo da Terra (Ademir Pedrosa), Menestrel do Laguinho (Chermont Júnior), Não Sou Obrigado (Sandoval Nunes), Prisma da Paixão (Nice Sales), Zeca (Aroldo Pedrosa).
- Mais atitude
Projetos artísticos culturais precisam de mais iniciativas e atitudes de seus autores, para captação de recursos em defesa de seus custeios.
Vários editais estão abertos aguardando pelos artistas. O que estão esperando?

Para onde vai o carnaval amapaense?
Depois da empolgação trazida pelos carnavais da segunda metade da década de 1990 e de grande parte da década de 2000, a década de 2010 está conseguindo consumir todas as conquistas acumuladas desde os primórdios dos desfiles das escolas de samba na Praça Barão, depois na Avenida FAB e no Sambódromo.
No carnaval dos quatro últimos anos não só o Sambódromo ficou em silêncio e sem o desfile das escolas de samba. Também as comissões de frente, mestres-salas e porta-bandeiras deixaram de evoluir, os carros alegóricos não saíram dos barracões, a rainha de bateria não se apresentou e as próprias baterias calaram e não permitiram que os enredos fossem desenvolvidos e os intérpretes pudessem cantar a todo fôlego.
Os brincantes não desfilaram e os torcedores não torceram. As equipes de apoio não apoiaram e os ambulantes não venderam. A imprensa não registrou, os espectadores ficaram em casa, mas todos se perguntando: para onde vai o carnaval amapaense?
O carnaval do Amapá que chegou a ser classificado como o mais importante da Amazônia, e um dos mais qualificados do Brasil encolheu, murchou e só não desapareceu completamente porque o calendário não permite e por ter, os foliões, ido atrás de alternativas e inventado o carnaval de Santana e mantido o carnaval de blocos, embora sem maiores pretensões a não ser brincar o carnaval. Não faz tempo que a pista da Avenida Ivaldo Veras era disputada por muitos e, pelo menos 40 mil pessoas participavam, diretamente, do carnaval amapaense e movimentavam valores que eram significantes para os grandes, médios e pequenos empresários e para aqueles que exerciam a atividade comercial apenas no período do carnaval – os ambulantes. Além desses as costureiras e costureiros, os coreógrafos e tantos outros profissionais participavam do projeto carnaval, impulsionando a economia, a cultura e dando oportunidade para os lazeres particulares.
Nos últimos quatro anos a criatividade dos carnavalescos do Estado do Amapá foi congelada por um grupo que está tendo dificuldades para justificar a interrupção, a falta de compreensão da realidade e, principalmente, deixando de reconhecer a capacidade criativa daqueles que poderiam estar comandando o carnaval no Amapá e se deixaram dominar por aqueles que nunca vão interpretar o carnaval como uma festa do povo e sim como uma janela para mostrar seu egoísmo, vaidades e seus sonhos.
Mas a situação tem muito a ver com a interpretação da realidade de parte daqueles que assumiram a responsabilidade pela gestão dos interesses da população. Não é possível que não haja a percepção da importância do evento que no resto do Brasil só cresce e o setor público não tenha interesse em colocar-se parte do ambiente favorável para proporcionar oportunidade de festa para um povo que está desaprendendo a comemorar suas próprias conquistas.
Colocar a desculpa na crise é desconhecer a capacidade de superação de uma população que precisa apenas de oportunidades. Não dá para aceitar a punição da população só porque ela reclama dos serviços de saúde pública, de educação pública e da segurança pública.
Confundir essas coisas é encomendar a tristeza para os mais carentes, aqueles que não têm voz, mas que tem a maior dependência das decisões dos governantes.
O carnaval amapaense pode ficar reduzido à A Banda, aos poucos blocos e às muitas reclamações daqueles que querem apenas um motivo para ver que podem ser iguais aos outros e que crises se vence com alegria, competência e compromisso, não com abandono, descaso ou desculpa. (Rodolfo Juarez).
- Premiação
Movimento Nação Marabaixeira premiou os vencedores do 3º Festival Cantando Marabaixo nas Escolas, na quarta (2), no programa “O Canto da Amazônia” (Diário FM 90,9).
Duas escolas ficaram em 1º lugar: Maria Cristina Botelho (Porto Grande) e Risalva Freitas do Amaral (Pantanal), em 2º lugar: Instituto Federal do Amapá (Ifap), e em 3º lugar: Augusto dos Anjos. Todos receberam certificado e caixa de marabaixo, como premiação. Parabéns.
- Acusação
O MPF ajuizou, quarta (2), uma ação civil pública contra o ministro da Cidadania, Osmar Terra, por improbidade administrativa por suspensão de um edital da Agência Nacional de Cinema (Ancine), com produções de audiovisual para emissoras de televisão públicas. (www.cultura.gov.br).
- Samba Laguinho
Na sexta (4), às 20h, tem o projeto “Samba no Tio Duca” (av: Eliezer Levy – Laguinho), contando a cultura do samba no Laguinho, desde 1971, período em que iniciou a história do movimento samba no bairro moreno.
- Bandolim
Neste final de semana tem o show, “E o Choro Continua”, com o consagrado mestre Adamor do Bandolim e os convidados, Nonato Leal, Lolito do Bandolim e Nonato Leal.
No Norte das Águas (complexo Marlindo Serrano – Araxá), a partir das 22h. Informações: 99174-4010.
- Luau
Vai começar a 3ª temporada do Luau na Samaúma, com as datas definidas, 11 de outubro, 15 de novembro e 13 de dezembro.
Na Praça da Samaúma, em frente ao prédio do Ministério Público (Complexo Marlindo Serrano), Araxá, a partir das 18h.
O evento tem o objetivo de proporcionar lazer e cultura, promover a ocupação e cuidados com o espaço público, e aproximar a população do MP-AP. A realização é ministério Público, Prefeitura e Macapá e Sebrae.
- Caju
Dias 4 e 5 de outubro (sexta/sábado) vai acontecer o 3º Festival do Caju, no Distrito do Paredão (município de Ferreira Gomes). Haverá shows musicais, vendas de comidas típicas e escolha da Rainha do Caju.
- Instrumental
Nesta quinta (3) tem música instrumental de qualidade no projeto, “Quinta do Jazz”, com o Quarteto Amazon Music e convidados, no Norte das Águas (Complexo Marlindo Serrano), Araxá, a partir das 21h. A coordenação é do músico e produtor, Finéias Neluty.