Desencanto
Peguei o jornal Diário do Amapá, de ontem, e só vi desgraça na primeira página. Lembro que em Manaus fui editor de polícia do Diário do Amazonas numa época em que se espremesse esse jornal, jorrava sangue, tantas eram as notícias de violência. Em São Luís, no Maranhão, salvo engano, há um jornal chamado Pequeno, […]
Peguei o jornal Diário do Amapá, de ontem, e só vi desgraça na primeira página. Lembro que em Manaus fui editor de polícia do Diário do Amazonas numa época em que se espremesse esse jornal, jorrava sangue, tantas eram as notícias de violência. Em São Luís, no Maranhão, salvo engano, há um jornal chamado Pequeno, formato pequenininho – só sai sangue dele. Mas parece que Diário do Amazonas e Pequeno estão com os dias contados! As desgraças de hoje, no país, mudaram o foco. Já não mais derramam sangue. Em vez disso, destroem esperanças, planos, destroem a alma, até o espírito do povo. Tô mentindo? Não. Das quatro manchetes do Diário do Amapá de ontem, apenas uma jorrava sangue. As demais destruiam a alma, o espírito, a confiança popular: uma deputada condenada por iludir eleitores, um senador denunciando troca de favores entre parlamentares e o Executivo para uma votação de extrema importância para o destino do país, e Justiça julgando recurso de um deputado que perdeu cargo gestor acusado de mal feitos com o dinheiro público. Então, Diário do Amazonas e Pequeno, que se cuidem!
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